Num dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou envolvido em negociações intensas para alcançar um acordo orçamentário no Congresso, a Câmara conseguiu aprovar um projeto de curto prazo para evitar uma paralisação do governo federal. Impasses sobre imigração e uma confusão em seu próprio partido ameaçam congelar vários serviços do governo temporariamente por causa da falta de um acordo sobre o Orçamento. O Senado ainda tem aprovar uma lei própria sobre o tema.
Aprovada por 230 votos a favor e 197 contra, a decisão na Câmara financia o governo até 16 de fevereiro. Agora, os senadores têm até minutos antes da meia-noite de sábado para alcançar um acordo sobre o financiamento dos gastos e evitar a paralisação parcial do governo. Isso aconteceu pela última vez em 2013, quando milhares de funcionários ficaram em casa por mais de duas semanas.
"É muito possível" que o Estado federal pare na sexta-feira, disse o presidente, culpando os democratas.
Antes, ele tinha alertado que uma paralisação seria "devastadora" para o governo, e rejeitado uma solução temporária para o programa federal de seguro de saúde para crianças pobres (Chip, em inglês), que legisladores governistas querem renovar por seis anos para agradar a oposição democrata.
Os republicanos, que dominam o Senado e a Câmara, querem um orçamento para 2018 que aumente o gasto militar, uma promessa de campanha de Trump, que considera que as forças armadas têm equipamentos insuficientes após mais de 16 anos de guerra ininterrupta.
"Estamos reconstruindo nosso exército e (a paralisação) seria o pior para ele", disse nesta quinta o presidente, em visita ao Pentágono.
A oposição democrata exige em troca de seu voto uma solução para os dreamers, jovens que entraram nos Estados Unidos ilegalmente quando eram crianças, e que correm risco de deportação após Trump revogar, em setembro do ano passado, o programa Daca da era Obama, que lhes garantia residência temporária.
Os republicanos pretendem votar ainda nesta quinta um novo acordo de financiamento temporário, até meados de fevereiro, e a continuação do Chip por seis anos, sem incluir medida de imigração.
Pelo Twitter, Trump pressionou o Congresso e os democratas, acusando-os de obstrução. Ele também disse que o Chip "deve fazer parte de uma solução a longo prazo, não de uma extensão de 30 dias ou de curto prazo".
Os republicanos concordaram em resolver a situação dos dreamers, que permaneceram no limbo e, a partir de março, podem ser deportados. Mas Trump exige que qualquer lei sobre imigração inclua a votação de fundos para o muro da fronteira com o México, que prometeu construir durante a campanha eleitoral, assim como outras medidas anti-imigração.
"Se não há muro, não há acordo", afirmou o presidente pelo Twitter.
Os democratas, que se recusam a financiar o muro, para eles símbolo de uma política xenófoba, podem bloquear o projeto no Senado, onde é necessária uma maioria qualificada de 60 votos em 100.
Contudo, o senador republicano Lindsey Graham disse na noite de quarta-feira que os democratas tinham concordado com alguns aspectos do financiamento do muro.
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