> >
Ditador proíbe carros pretos e quer que todos sejam brancos no Turcomenistão

Ditador proíbe carros pretos e quer que todos sejam brancos no Turcomenistão

Mudança para cor favorita do presidente poderá custar até 11 mil euros por motorista

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 16:16

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Presidente do Turcomenistão acena em frente aos carros brancos de autoridades do seu governo . ( (Foto: Reprodução/Twitter) )

O presidente Turcomenistão, Gurbanguly Berdymujamedov, deixou os seus cidadãos confusos com uma nova regra difícil de entender. Ele proibiu os carros pretos na capital Ashgabat, forçando os motoristas a pintar os seus veículos de branco, que é a sua cor favorita. E, ainda por cima, a ordem veio sem aviso: os automóveis simplesmente começaram a ser rebocados e, quando os seus donos apareciam para buscá-los nos depósitos da polícia, eram informados pelas autoridades que deveriam torná-los brancos.

Não houve uma explicação formal para que os carros tenham que ser brancos — ou, no máximo, prateados. Mas todos sabem que o ditador Berdymujamedov, no poder há onze anos, tem uma verdadeira paixão pela cor: os seus cavalos são brancos e o mármore que cobre diversos pontos da capital também. Até a maior parte do seu guarda-roupa, em geral, é branca.

A regra dos carros brancos já valia para os altos funcionários do governo: todos eles, em 2014, tiveram que trocar os automóveis negros por Mercedes Benz E300 da cor tão amada pelo presidente. Agora, é a vez de todos os outros cidadãos da capital. Não se sabe se a regra também valerá para as outras cidades do país.

Há suspeitas de interesses econômicos por trás da nova regra. Segundo o "La Vanguardia", a pintura de cada carro custará cerca de 2 mil euros e deverá aumentar se o motorista esperar para fazer a mudança. As estimativas é que o custo pode chegar a até 11 mil euros.

Este vídeo pode te interessar

Os valores estão muito acima dos salários de muitos trabalhadores, o que lhes forçará a fazer dívidas para obedecer às vontades do presidente. Tudo vem num momento de crise para a economia local, em que 60% da populaçao está desempregada. Há um ano, os serviços de luz, água e gás já não são mais fornecidos gratuitamente, enquanto sobrem os preços dos alimentos.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais