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Congelamento de sensor pode ser a causa da queda de avião na Rússia

Congelamento de sensor pode ser a causa da queda de avião na Rússia

Antes da aeronave tocar o solo, um dos sensores continuava zerado, enquanto o outro marcava 800 km/h

Publicado em 13 de fevereiro de 2018 às 21:02

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Saratov Airlines . (Divulgação | Saratov)

A queda do Antonov An-148 da companhia Saratov Airlines pode ter sido causada pela leitura de dados incorretos de velocidade, resultantes do congelamento dos sensores, informou o Comitê Interestadual de Aviação à agência Tass. As investigações ainda não foram concluídas, mas análises preliminares dos dados de voo da caixa-preta indicam que, por algum motivo, o sistema de aquecimento não foi ligado antes da decolagem.

"Uma análise preliminar dos dados gravados e de casos similares que aconteceram no passado sugerem que uma situação distinta pode ter acontecido em pleno voo por causa de dados incorretos nos instrumentos de velocidade dos pilotos. Isso, por sua vez, pode estar relacionado com o congelamento das sondas de pressão, já que os sistemas de aquecimento estavam desligados", informou o comitê, em comunicado. "Durante todos os outros voos registrados na caixa-preta, o aquecimento foi ligado antes da decolagem".

A "situação distinta" teve início 2,5 minutos após a decolagem, quando a aeronave estava a cerca de 1,3 mil metros de altitude, com os instrumentos de velocidade indicando 470 km/h. Naquele momento, a caixa-preta começou a indicar divergências entre os dados registrados nos dois marcadores -- dos motores do lado esquerdo e do direito. Em trinta segundos, a diferença alcançou 30 km/h. Aos 3 minutos de voo, um dos pilotos reparou: "O painel de instrumentos, compare!".

Quando o avião alcançou 2 mil metros, a diferença ficou ainda maior: um dos instrumentos caiu para 0 km/h, como se o motor tivesse parado de funcionar, enquanto o outro indicava 560 km/h. Sem saber que se tratava de um erro no painel, a tripulação desligou o piloto automático e assumiu o comando. Então, os dados indicam que o avião começou a mergulhar, numa inclinação entre 30 e 35 graus.

Antes da aeronave tocar o solo, um dos sensores continuava zerado, enquanto o outro marcava 800 km/h.

"Cinco segundos antes de atingir o solo, o avião se inclinou em 25 graus para a direita", informou o comitê.

Os contatos por rádio foram perdidos às 14h28 de domingo, pelo horário local, quatro minutos após a decolagem da aeronave do Aeroporto Internacional de Domodedovo. Os destroços do avião e corpos desmembrados dos 65 passageiros e seis tripulantes foram localizados perto do vilarejo de Stepanovskoye, no distrito de Ramensky, nos arredores de Moscou.

De acordo com Sergei Poletykin, diretor do Ministério de Emergências para a região de Moscou, cerca de 900 fragmentos do avião já foram recolhidos no local da queda. O material estão sendo encaminhado para o Instituto de Pesquisas de Voo Gromov, onde será avaliado pelo Comitê de Aviação Interestadual.

As buscas continuam e a área a ser vistoriada foi ampliada de 30 hectares para 40 hectares. Nos últimos dias, equipes trabalharam em três turnos para acelerar as investigações e a identificação dos corpos dos passageiros.

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A perda das informações de velocidade foi uma das causas do acidente com o Airbus 330 da Air France, que caiu no Atlântico em junho de 2009 após decolar do Rio de Janeiro em direção a Paris, matando 228 passageiros e tripulantes. Na ocasião, investigações indicaram que o problema provavelmente foi causado pelo congelamento dos sensores. Sem esses dados, manobras realizadas pelos pilotos terminaram com a queda da aeronave.

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