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Espanha prende hackers que roubaram mais de ¤ 1 bi de bancos

Espanha prende hackers que roubaram mais de ¤ 1 bi de bancos

Lucros foram convertidos em bitcoins, usados depois para comprar carros e imóveis

Publicado em 26 de março de 2018 às 21:34

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Três cúmplices, russos e ucranianos, também foram presos. . (Divulgação)

A polícia da Espanha prendeu um grupo de hackers ucranianos e russos acusados de roubar mais de € 1 bilhão de bancos em todo o mundo em um período de cinco anos, em um golpe que ficou conhecido com Carbanak.

O líder da quadrilha, identificado como um ucraniano nomeado somente como Denis K., foi preso na cidade costeira de Alicante, de acordo com declarações da polícia espanhola e da Europol divulgadas nesta segunda-feira (26).

Três cúmplices, russos e ucranianos, também foram presos. Na Ucrânia, a polícia disse que um homem de 30 anos vinculado ao caso está cooperando com as autoridades.

A quadrilha usou um malware para atacar mais de cem instituições financeiras globais, roubando, em alguns casos, até € 10 milhões a cada golpe. Quase todos os bancos russos foram atacados, e cerca de 50 deles perderam diheiro nos ataques, disseram as autoridades.

O grupo usou técnicas bastante conhecidas, como enviar e-mails de phishing a funcionários de bancos e, assim, comprometer as redes das instituições e conseguir controlar remotamente os computadores afetados, infectados os servidores que controlam os caixas automáticos.

O software instruiu os caixas automáticos a liberar dinheiro em horas pré-determinadas, e as notas eram recolhidas por grupos de crime organizado trabalhando com a quadrinha, que converteu os ganhos em bitcoins e as usou para adquirir bens, incluindo casas e veículos na Espanha.

Ross Rustici, diretor da Cybereason, uma empresa de segurança digital baseada em Boston, disse que a quadrilha em questão se distingue de outras pela quantidade de planejamento realizado antes do delito. "São incomuns devido ao calculado, ao lento, ao metódico de sua façanha", declarou.

Segundo o especialista, outros grupos usaram técnicas parecidas, “mas nenhum antes tinha combinado todas estas características a tal escala”. Rustici disse que o mais provável é que os integrantes do grupo não tenham sabido como lavar o dinheiro.

"Isso é o que costuma acontecer com os que são muito bons em se infiltrar nas redes de computadores: não são tão bons na hora de gastar dinheiro. Uma pessoa não pode comprar uma bela mansão sobre o Mediterrâneo com criptomoedas, pelo menos não por enquanto", explicou.

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Para Fábio Assolini, analista sênior de segurança da Kasperksy Lab, “o recente sucesso na luta contra o grupo de cibercriminoso Carbanak é uma notícia muito boa para toda a indústria e destaca como a troca de informações entre os países é importante especialmente no combate ao cibercrime”.

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