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EUA acabam com liberdade automática para imigrantes grávidas

EUA acabam com liberdade automática para imigrantes grávidas

Medida de governo Obama foi restingida por Trump, que quer imigração mais rígida

Publicado em 29 de março de 2018 às 20:55

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Durante o governo do Presidente Barack Obama, a ICE anunciou em 2016 que as mulheres grávidas que não estão sujeitas a detenção obrigatória deveriam ser libertadas. (Divulgação)

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (29) que não vai mais considerar que mulheres grávidas detidas pelas autoridades de imigração devam ser libertadas, revertendo uma diretriz da era Obama. Autoridades da Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) farão uma determinação caso a caso, segundo a nova política. As mulheres no terceiro trimestre de gravidez ainda serão colocadas em liberdade como antes, disse Philip Miller, vice-diretor associado do ICE.

"Assim como há homens que cometem atos hediondos e violentos, também tivemos mulheres sob custódia que cometeram esse mesmo tipo de crime", disse Miller.

O presidente republicano prometeu reprimir a imigração ilegal, incluindo restringir políticas em que os deportados podem permanecer em liberdade durante casos pendentes. Democratas e grupos de defesa criticaram o governo por separar migrantes de seus filhos quando foram detidos. Durante o governo do Presidente Barack Obama, a ICE anunciou em 2016 que as mulheres grávidas que não estão sujeitas a detenção obrigatória deveriam ser libertadas.

Ainda nesta quinta-feira (29), Miller afirmou que a nova diretriz alinha-se com as ordens de Trump que pedem por mais rigidez nos assuntos de imigração. Trinta e cinco mulheres grávidas estão sob custódia das autoridades americanas, todas sujeitas a detenção obrigatória, disse ele.

Desde que a política foi implementada em dezembro, disse Miller, 506 mulheres grávidas foram detidas pelo ICE. O vice-diretor não pode dizer o que aconteceu com cada uma delas, mas observou que algumas provavelmente foram deportados enquanto outras poderiam ter sido colocadas em liberdade nos Estados Unidos.

Michelle Brané, diretora do Programa de Justiça e Direitos dos Migrantes, junto da Comissão de Mulheres Refugiadas, criticou a medida e afirmou que muitas mulheres que entram nos Estados Unidos estão grávidas devido a estupros.

"A detenção é ainda mais traumática para as mulheres grávidas e especialmente para as vítimas de estupro e violência baseada em gênero", disse Brané em um comunicado.

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Miller afirmou que ainda seriam liberadas as mulheres grávidas com solicitações de refúgio com base em um "medo crível" de perseguição em seu país. A mudança de política foi relatada pela primeira vez pelo site "The Hill" na quinta-feira (29), citando documentos internos da ICE

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