O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta quinta-feira, 29, que está "muito preocupado" com o recente anúncio sobre a expulsão de diplomatas russos dos EUA e afirmou que situação é similar à Guerra Fria.
Os EUA anunciaram na segunda-feira a expulsão de 60 diplomatas russos em resposta ao envenenamento do ex-espião Serguei Skripal. O Kremlin, por sua vez, anunciou nesta tarde a expulsão de 60 representantes americanos da Rússia como represália e decidiu fechar o consulado americano em São Petersburgo.
Em breves declarações a jornalistas, Guterres afirmou que estava "realmente muito preocupado" com o anúncio da expulsão dos diplomatas russos credenciados na ONU. Ele também ressaltou que, "em grande medida", o mundo está vivendo uma situação similar à da Guerra Fria, mas com algumas diferenças.
Uma delas, acrescentou o secretário-geral, é que naquela época havia duas grandes potências, em alusão a EUA e União Soviética (URSS), que controlavam duas áreas no mundo todo. Hoje, por outro lado, "há muitos outros atores que são relativamente independentes, com papéis importantes em muitos dos conflitos" que o mundo está vivendo.
Guterres afirmou que durante a Guerra Fria havia "mecanismos de comunicação e controle" para evitar uma escalada de tensões. "Esses mecanismos foram desmantelados porque as pessoas pensaram que a Guerra Fria tinha acabado e não havia mais razão para este tipo de precaução.
O secretário-geral da ONU disse ainda que as precauções deveriam ser resgatadas para que haja uma "comunicação efetiva" entre as principais potências mundiais, com o objetivo de prevenir uma escalada nas tensões.
Os diplomatas americanos foram declarados "persona non grata" e terão até 5 de abril para deixar a Rússia, segundo o Ministério de Relações Exteriores do país.
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