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Alunos de escola são obrigados a usar mochilas transparentes

Alunos de escola são obrigados a usar mochilas transparentes

Estudantes de Parkland, onde atirador matou 17, protestam contra falta de privacidade

Publicado em 5 de abril de 2018 às 11:22

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A tragédia de Parkland, na Flórida, continua mostrando, mais de um mês depois, seu efeito traumático e a enorme ansiedade social que gerou. A direção da escola entregou aos alunos mochilas transparentes para que se possa identificar rapidamente que eles não levam objetos perigosos.

Nikolas Cruz, um ex-aluno de 19 anos, entrou no colégio de ensino médio, em 14 de fevereiro, levando numa mochila esportiva um fuzil semiautomático com o qual assassinou 14 estudantes e três adultos.

Obrigados a usar as mochilas transparentes, os jovens reagiram com queixas contra a falta de privacidade que supõe esta medida inédita. "A não ser que sejam antibalas, eu não me sinto muito mais seguro", tuitou Cameron Kasky, um dos alunos mais visíveis do grupo de Parkland que lançou o movimento contra as armas "Never Again" (Nunca Mais, em tradução livre).

Para debochar da nova norma de segurança, Kasky foi para a escola na terça-feira com a mochila cheia de absorventes internos. O estudante Alfonso Calderón, de origem espanhola, também se manifestou contra a inovação nas redes sociais: "Isso é uma piada. As mochilas transparentes não vão fazer nada. Precisamos de controle de armas".

O diretor do colégio, Ty Thompson, sustenta que é uma medida provisória dentre outras para proteger o colégio até que se determinem novas regras permanentes. Thompson afirma que está tentando enfrentar a situação com "bom senso".

Em uma carta que enviou aos pais explicando para sobre a nova mochila de seus filhos, esclareceu: "É um teste para ver como funciona. O processo será muito similar a quando se entra em um evento esportivo, em um concerto e até mesmo no Disney World."

Thompson lamentou que as mochilas esteja tomando conta da questão. As mensagens dos alunos nas redes sociais se multiplicam. Um deles aparece em uma fotografia com a mochila na cabeça com o texto: "As bolsas transparentes não funcionam se você as coloca na cabeça".

Os professores, contudo, respaldam majoritariamente a medida. É o que afirmou Greg Pittman, docente de História Americana, ao jornal "Miami Herald".

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O Instituto Stoneman Douglas implementou outras medidas de segurança. Desde a última segunda-feira, foram reduzidos a quatro os acessos para os alunos no começo do dia e depois do início das aulas só se permite sair por uma porta. O governador da Flórida, Rick Scott, ordenou que se mantenha uma guarda de oito agentes da Polícia Rodoviária no colégio.

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