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Trump diminui tom sobre ataque na Síria: 'muito em breve ou não'

Trump diminui tom sobre ataque na Síria: 'muito em breve ou não'

Presidente americano ameaça com bombardeiro em resposta à suposto ataque químico

Publicado em 12 de abril de 2018 às 11:57

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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. (Reprodução / Agência Estado)

O presidente americano Donald Trump usou novamente o Twitter para se manifestar sobre a ameaça de bombardeio contra a Síria. Nesta quinta-feira, no entanto, ele diminuiu o tom feroz que usou contra o presidente sírio Bashar al-Assad, dizendo que um ataque poderia acontecer "muito em breve ou não". Ele indicou ainda que nunca especificou o momento exato de uma possível ação militar.

 

"Nunca disse quando um ataque na Síria aconteceria. Poder ser muito em breve ou não tão cedo". De qualquer forma, os Estados Unidos, sob minha gestão, fez um ótimo trabalho em extinguir o EI (Estado Islâmico) da região. Cadê o seu 'Obrigado, Estados Unidos?'", provocou ele.

Em ameaça direta a Assad, Trump disse na quarta-feira que mísseis americanos "estarão chegando" à Síria enquanto ele e outros países ocidentais avaliam uma ação militar na Síria diante do suposto ataque químico em Douma.

Tanto a Síria quanto a Rússia disseram que os relatos do ataque foram inventados por rebeldes e agentes socorristas dos Capacetes Brancos (organização de Defesa Civil que atua em áreas controladas por opositores) na cidade. Os dois países acusaram os EUA de usar a situação como pretexto para atacar o governo sírio.

LINHA DIRETA ENTRE EUA E RÚSSIA

O Kremlin afirmou nesta quinta-feira que o canal de comunicação entre militares russos e americanos sobre as operações na Síria, destinado a evitar incidentes, está ativo, no momento em que o governo dos Estados Unidos ameaça atacar o regime de Damasco. Este canal "se encontra ativo, e a linha é utilizada dos dois lados", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

— Continuamos a considerar de extrema importância evitar qualquer passo que possa levar a mais tensão na Síria. Acreditamos que teria um impacto extremamente destrutivo em todo o processo de estabelecimento da Síria — sustentou Peskov.

Assad disse nesta quinta-feira à televisão estatal síria que as vitórias do governo em campo de batalha levaram os Estados ocidentais a levantar suas vozes, mas qualquer possível ação tomada apenas desestabilizaria a região.

— Essas vozes e qualquer ação possível contribuirão com nada, apenas aumentar a instabilidade na região, ameaçando a paz e segurança internacional — disse o presidente.

Bouthain Shaaban, alta conselheira de Assad, descreveu a retomada de Ghouta Oriental como um "ponto decisivo" em entrevista na quarta-feira, dizendo que a derrota dos rebeldes pressionou o Ocidente a implementar uma "guerra psicológica" com ameaças.

— Consultas estão em andamento entre aliados, e não deixarão a questão avançar como Washington deseja — disse ela ao canal libanês al-Mayadeen, em referência à aliança entre Síria, Rússia, Irã e o grupo libanês xiita Hezbollah.

A linha direta militar, cuja suspensão foi anunciada várias vezes nos períodos de tensão, tem um papel-chave para evitar os incidentes no terreno e no céu sírio. Trata-se de uma linha telefônica especial entre o centro de comando das operações aéreas da coalizão, situado no Catar, e seu equivalente russo.

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Além da linha telefônica, russos e americanos chegaram a um acordo para respeitar certas pautas em suas operações, como convenções nas frequências de rádio, necessárias nas trocas entre pilotos dos dois países. Russos e americanos também usaram este canal para definir zonas consideradas muito sensíveis por um dos dois e onde qualquer intrusão seria considerada uma ameaça.

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