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Equipe de Trump contratou agência para espionar diplomatas de Obama

Equipe de Trump contratou agência para espionar diplomatas de Obama

Medida teria sido tomada para desacreditar acordo nuclear com Irã

Publicado em 6 de maio de 2018 às 00:45

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(Evan Vucci)

Assessores do presidente Donald Trump teriam contratado uma agência de inteligência privada israelense para orquestrar operações contra figuras chave do governo de Barack Obama, responsáveis pela negociação do acordo nuclear com o Irã, assinado em 2015, afirmou o jornal britânico "The Observer" neste sábado (5). O objetivo seria desacreditar o pacto global, o que poderia facilitar seu abandono pelo governo republicano, segundo a reportagem.

Segundo documentos obtidos pelo "Observer", a agência investigou a vida pessoal e a carreira política de Ben Rhodes, ex-vice-conselheiro de Segurança Nacional para Comunicações Estratégicas de Obama, e de Colin Kahl, que foi conselho de Segurança Nacional do ex-vice-presidente Joe Biden. O objetivo era saber se eles tinham contato com lobistas amigáveis ao Irã e se conquistariam algum benefício com a assinatura do acordo nuclear.

Os investigadores também teriam sido orientados a procurar proeminentes iranianos-americanos, assim como meios de comunicação favoráveis ao pacto, como o "New York Times", a rede MSNBC e o israelense "Haaretz", que tinham contatos frequentes com Rhodes e Kahl. Com isso, tentariam conferir se os dois violaram protocolos compartilhando dados sigilosos da inteligência nacional.

Trump tem até sábado, dia 12, para decidir se os EUA deixarão o pacto que limita o programa nuclear iraniano. Ele já afirmou diversas vezes sua oposição ao acordo, que chamou de "o pior negócio de todos os tempos".

Fontes disseram ao jornal que autoridades ligadas à equipe de Trump contataram os investigadores há cerca de um ano, dias depois da visita do republicano a Tel Aviv, em sua primeira turnê internacional como presidente dos EUA. Trump prometeu ao premier israelense, Benjamin Netanyahu, que o Irã nunca teria armas nucleares, e afirmou que o acordo dava sensação de impunidade a Teerã.

— A ideia era desacreditar pessoas que foram cruciais para a elaboração do acordo, o que tornaria mais fácil sair dele — explicou uma fonte entrevistada pelo "Observer".

Ainda não está claro quando o trabalho foi realizado, por quanto tempo ou o que aconteceu com qualquer material descoberto. Também não se sabe se os investigadores teriam outros alvos, como o ex-secretário de Estado John Kerry, o principal signatário americano do acordo.

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Rhodes afirmou que não tinha ideia da campanha contra ele, mas que a revelação não o surpreendeu, e definiu a operação como "assustadoramente autoritária". Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca não quis comentar a campanha contra os membros do governo Obama.

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