> >
Comediante que tem paralisia cerebral e não fala vence concurso de TV

Comediante que tem paralisia cerebral e não fala vence concurso de TV

Final do programa 'Britain's Got Talent' foi acompanhado por quase nove milhões de espectadores no país

Publicado em 4 de junho de 2018 às 14:30

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Final do programa Britains Got Talent foi acompanhado por quase nove milhões de espectadores no país. Lee Ridley ganhou prêmio equivalente a pouco mais de R$ 1.250 milhão e vai se apresentar no Royal Variety Performance, evento de gala anual realizado pela Família Real Britânica que arrecada fundos para artistas. (Reprodução)

Uma vitória de todas as pessoas com deficiência. Essa é a definição da reportagem do jornal inglês The Guardian sobre a conquista do comediante Lee Ridley, de 37 anos, ganhador da edição de 2018 do ‘Britain’s Got Talent’, concurso de talentos de grande sucesso na TV britânica há 12 anos.

Ridley usa o nome artístico ‘Lost Voice Guy’, o Cara Sem Voz. Ele tem paralisia cerebral e as sequelas dessa condição o impedem de falar. Por isso, o comediante usa um sintetizador de voz em suas apresentações.

A reportagem do The Guardian lembra que o programa tem se destacado pela presença de várias pessoas com deficiência, com a participação de um cantor mirim com Transtorno do Especto Autista (TEA) e um dançarino que passou a usar uma cadeira de rodas após o atentado a bomba de Manchester em 2017.

“Os dois escolhidos para disputar a final foram comediantes com deficiência”, destaca o texto assinado pela jornalista Frances Ryan. “Robert White, que tem Aspergers, e o vencedor, o Cara Sem Voz (ela usa a sigla LGV), que tem paralisia cerebral. Ambos não tentam se afastar de suas deficiências. Ridley aborda o constante constrangimento que enfrenta na interação com pessoas sem deficiência”, comenta a analista.

“As pessoas me perguntam por que eu me coloco na posição em que todos possam olhar e rir de mim. A verdade é que acontece todos os dias de qualquer maneira. Pelo menos desta vez há um momento e um lugar para isso”, afirma Lee Ridley.

O texto do diário britânico ressalta ainda que um show de talentos parece o caminho trivial de sucesso para minorias, “mas o impacto da cultura e representação popular não deve ser subestimado, vai além na normalização da deficiência e desafia a sociedade muito mais do que qualquer campanha de caridade”.

Este vídeo pode te interessar

Lee Ridley se despediu do público com a frase: “Espero que vocês tenham se divertido rindo de um homem com deficiência. Adeus”.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais