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Trump confirma suspensão de exercícios militares conjuntos

Trump confirma suspensão de exercícios militares conjuntos

Planos de retirada de soldados americanos da Península Coreana geram preocupações no Pentágono

Publicado em 14 de junho de 2018 às 21:09

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. (@realdonaldtrump | Twitter)

O presidente americano, Donald Trump, se comprometeu nesta quarta-feira (13) a suspender indefinidamente os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul, mantendo a promessa feita após a cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Cingapura, no início da semana.

Em fevereiro, durante a realização das Olimpíadas de Inverno na cidade sul-coreana de PyeongChang, os Estados Unidos já haviam concordado em adiar a realização dos exercícios conjuntos, considerados uma preparação para a guerra pela Coreia do Norte, numa tentativa de reduzir as tensões na península.

Os exercícios militares, que envolvem navios, aviões e milhares de soldados vêm sendo conduzidos na Península Coreana há décadas, e foram temporariamente suspendidos entre 1994 e 1996, numa tentativa de fortalecer diálogos diplomáticos entre as Coreias, que acabou fracassando. A nova suspensão foi encarada como uma concessão aos norte-coreanos, que por sua vez se comprometeram a trabalhar pela “desnuclearização completa da península”

O Pentágono destacou a importância de manter tropas americanas e sul-coreanas de prontidão como instrumentos de defesa no caso de um ataque da Coreia do Norte, que mantém um efetivo de um milhão de soldados, além de milhares de unidades de artilharia e lança-foguetes apontados para o sul da península. Em sua coletiva após a cúpula, Trump sugeriu que a suspensão dos exercícios poderia ser uma medida que ajudaria a economia americana.

"Vamos dar fim aos jogos de guerra, o que nos fará economizar uma tremenda quantidade de recursos, a menos que percebamos que as futuras negociações não estão seguindo como deveriam", afirmou o presidente.

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, foi um dos principais artífices do encontro entre Kim e Trump, e ainda não se manifestou especificamente sobre a suspensão dos exercícios, embora tenha afirmado que Seul precisará ser "flexível nas negociações". No país, porém, muitos foram pegos de surpresa e se mostram cautelosos com os planos de Trump, que também declarou que gostaria de ver os soldados americanos “voltando para casa”.

"Isso não é parte da equação agora", afirmou Trump. "Em algum momento, certamente será, mas não agora". Em comunicado, o Pentágono não comentou a decisão do presidente mas elogiou “as notícias positivas vindas da cúpula e apoia integralmente os esforços diplomáticos com a Coreia do Norte”. “Nossas alianças continuam sólidas e garantem a paz e a estabilidade na região”, afirmou a nota.

Escolhido pelo presidente americano, Donald Trump, para ocupar o cargo de embaixador na Coreia do Sul, o almirante da reserva Harry Harris afirmou que apoia a suspensão dos exercícios, mas disse acreditar que manobras de prontidão continuarão a ser realizadas em menor escala.

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"Acredito que devemos interromper os principais exercícios para ver se Kim Jong-un está falando sério e fazendo sua parte", afirmou Harris, que disse acreditar que o “mundo está numa posição completamente diferente” desde a cúpula. "Mas o vice-presidente afirmou que os exercícios de prontidão irão continuar. Podemos ter esperanças e até mesmo ser otimistas, desde que também sejamos realistas. E estou convencido de que esse governo leva o realismo no coração".

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