Um tribunal sul-coreano condenou a ex-presidente Park Geun-hye a mais oito anos de prisão nesta sexta-feira, por ter se beneficiado ilegalmente de fundos da agência de inteligência e de ter interferido em uma eleição parlamentar de 2016.
Park, de 66 anos, já foi condenada a 24 anos de prisão em abril por outras acusações, incluindo suborno, abuso de poder e coação. Todas as sentenças devem ser cumpridas consecutivamente, disse um porta-voz do tribunal.
Ela foi a primeira líder democraticamente eleita da Coreia do Sul a ser forçada a deixar o cargo no ano passado, quando o Tribunal Constitucional julgou um escândalo que expôs uma rede de corrupção entre líderes políticos e poderosos conglomerados do país.
A ex-presidente negou ter cometido erros e não estava presente no tribunal. Ainda não há informações se sua defesa vai recorrer.
O Tribunal do Distrito Central de Seul determinou que Park conspirou com seus antigos assessores para causar a perda de fundos do governo no valor de cerca de 30 bilhões de won (cerca de R$ 102, 9 milhões) do Serviço Nacional de Inteligência (NIS). O tribunal ordenou uma multa de 33 bilhões de won (R$ 112,4 milhões).
O dinheiro era de um "fundo de atividades especiais" alocado à agência de espionagem, totalizando 4 bilhões de won (R$13,6 milhões) anualmente, mas que era isento de auditorias estaduais ou relatórios parlamentares. Dois dos três ex-diretores do NIS envolvidos foram sentenciados a três anos e meio de prisão no mês passado e o outro a três anos.
Park também foi considerada culpada de interferir na seleção de candidatos do partido no poder para a eleição parlamentar, violando as obrigações do presidente de permanecer politicamente neutro.
O uso privado dos fundos por Park enfraqueceu os princípios de execução de fundos do governo e barrou a agência de espionagem do país de usar os fundos para seu dever fundamental de proteger o país e o povo disse o juiz Seong Chang-ho ao entregar o documento do veredito. No entanto, a ré transferiu a culpa para seus assistentes e se recusou a comparecer no tribunal.
Quando o juiz proferiu o veredicto, os partidários de Park presentes no julgamento gritaram: "Solte a presidente inocente" e "Isso é uma lei?"
Os promotores pediram uma sentença de 15 anos e uma multa de 80 bilhões de won (R$272,7 milhões) para Park.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta