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Facebook revela que deu acesso a dados de usuários a várias empresas

Facebook revela que deu acesso a dados de usuários a várias empresas

Foram mais de 60 empresas beneficiadas com as informações

Publicado em 1 de julho de 2018 às 23:09

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Mark Zuckerberg. (Arquivo)

O Facebook revelou que deu a dezenas de empresas acesso especial aos dados de usuários, detalhando pela primeira vez uma série de acordos que contradizem as declarações públicas anteriores da rede social, em 2015, de que restringiam informações privadas dos usuários, segundo o "Wall Street Journal". Os acordos com desenvolvedores de aplicativos, fabricantes de dispositivos e de software, descritos em 747 páginas de documentos enviados ao Congresso na sexta-feira (29), representam a explicação mais granular do Facebook sobre isenções que anteriormente haviam sido reveladas pelo jornal e outras empresas de notícias.

As revelações ocorrem no momento em que os legisladores responsabilizaram o Facebook por permitir que as empresas acessem dados sobre seus bilhões de usuários sem seu conhecimento, e questionaram até onde ia o universo destas empresas.

A rede social informou, no documento enviado na sexta-feira (29) ao Congresso, que acordos especiais eram necessários para dar aos desenvolvedores de aplicativos tempo para se tornarem compatíveis com as mudanças em suas políticas, e para permitir que os fabricantes de dispositivos e softwares criassem versões da rede social para seus produtos.

Segundo o WSJ, a empresa revelou que ainda estava compartilhando informações de amigos dos usuários, como nome, sexo, data de nascimento, cidade atual ou cidade natal, fotos curtidas em páginas, com 61 desenvolvedores de aplicativos quase seis meses depois de ter dito que parou de acessar esses dados em 2015.

O Facebook informou que deu a essas 61 empresas - que variam desde o aplicativo de namoro Hinge até o gigante de entregas United Parcel Service Inc. - uma prorrogação de seis meses para que elas "entrassem em conformidade" com a política de 2015. Além disso, cinco outras empresas "teoricamente poderiam ter acessado dados privados de alguns amigos dos usuários" por causa do acesso que receberam como parte de um experimento no Facebook, disse a empresa no documento.

Procurado pelo WSJ, um porta-voz da empresa não quis comentar as informações.

O documento foi entregue ao Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados em resposta às centenas de perguntas feitas pelos membros da comissão ao CEO da rede, Mark Zuckerberg, durante depoimento, em abril.

Essa é a segunda tentativa do Facebook de responder aos questionamentos do Congresso. Em junho, a rede já havia enviado 450 páginas de respostas para duas comissões do Senado, evitando algumas questões sobre sua influência e poder de mercado, ao mesmo tempo em que deu detalhes sobre as informações que coleta sobre os usuários.

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A manipulação dos dados de seus usuários pelo Facebook está sob escrutínio desde março, quando surgiram revelações de que a empresa de análise política Cambridge Analytica, que auxiliou a campanha presidencial de Donald Trump em 2016, comprou dados de 87 milhões de usuários sem o consentimento deles.

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