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Manifestantes são acusadas de violar direito de espectadores na Copa

Manifestantes são acusadas de violar direito de espectadores na Copa

Para integrantes do grupo Pussy Riots, 'não há estado de direito na Rússia'

Publicado em 16 de julho de 2018 às 10:49

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Integrantes do Pussy Riots foram colocados para fora de campo. (Instagram | @wearepussyriot)

Integrantes do grupo Pussy Riots, que invadiram a final da Copa do Mundo em um protesto inédito contra o presidente Vladimir Putin, foram formalmente acusadas pelas autoridades em Moscou. Elas teriam "violado os direitos dos espectadores" e ainda são acusadas de usar de forma ilegal roupas de policiais.

Se condenadas, elas podem ter de pagar uma multa equivalente a US$ 185,00 cada, além de prestar serviços comunitários durante 160 horas.

No segundo tempo da final entre França e Croácia, o grupo conseguiu driblar a segurança e invadir o campo para manifestar contra a repressão do Kremlin. Mbappé, estrela da Copa, chegou a fazer uma saudação com uma das integrantes do grupo, antes que fossem arrastados para fora. As imagens das garotas vestidas com uniformes policiais foram cortadas pela transmissão oficial da Copa, enquanto o assunto desapareceu das agências de notícia em Moscou.

Num vídeo divulgado nas redes sociais, elas explicaram a ação. "Tendo em vista que o estado de direito não existe na Rússia e que qualquer policial pode entrar em nossas vidas, a Copa do Mundo mostrou que os policiais sabem se comportar bem", ironizaram as mulheres, em referência ao tratamento que as forças de segurança prestaram aos turistas.

"Mas o que vai ocorrer quando a Copa acabar?", questionaram. "Só há uma solução: lutar contra a fabricação de falsas acusações e de prisões arbitrárias", insistiram.

No vídeo, em que aparecem vestidas de policiais, elas pedem uma competição política e que "qualquer pessoa possa participar da vida política de seu país, e de ser eleito". "São coisas muito simples", afirmam.

Um vídeo vazado de um princípio de um interrogatório das garotas, depois de detidas, também causou polêmica. As autoridades lamentaram não estarem nos anos do Stalinismo, quando a repressão foi ampla e generalizada contra qualquer um que questionasse o sistema.

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Em cenas na delegacia que circularam pelas redes sociais, os policiais mantém o que aparenta ser os primeiros momentos de um interrogatório. "Você é uma canalha, qual seu nome?", questiona um policial. "Por que decidiram fazer m*rda na Rússia?", disse. "Não. Não estamos contra a Rússia", respondeu uma das meninas detidas.

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