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Reino Unido proibirá tratamentos que tentam curar homossexuais

Reino Unido proibirá tratamentos que tentam curar homossexuais

Dois terços dos 108 mil entrevistados da comunidade LGBT disseram que evitam andar em público de mãos dadas com seu parceiro por medo de reações negativas

Publicado em 3 de julho de 2018 às 11:11

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Bandeira LGBT. (Reprodução/Pixabay)

O Reino Unido apresentou nesta terça-feira, 3, um “plano de ação” para acabar com a discriminação da comunidade homossexual, que inclui uma lei para proibir os tratamentos de reorientação sexual.

O Executivo da premiê britânica, Theresa May, iniciou o programa em defesa dos direitos de lésbicas, gays, transexuais e bissexuais que conta com um orçamento de € 5 milhões. "Consideraremos todas as opções legislativas e não legislativas para proibir a promoção ou a oferta de tratamentos de conversão", afirma o plano de ação divulgado pelo governo britânico.

O plano se baseia em dados reunidos em uma pesquisa feita pela internet que recebeu 108 mil respostas da comunidade LGBT. Cerca de 2% dos entrevistados reconheceram ter recorrido a tratamentos de conversão sexual, enquanto 5% afirmaram que haviam recebido ofertas nesse sentido, mas a rejeitaram.

Além disso, dois de cada três consultados indicaram que evitam andar em público de mãos dadas com seu parceiro do mesmo sexo por medo de uma reação intolerante, enquanto 23% afirmaram que seus companheiros de trabalho tinham respondido de forma negativa ao saber de sua homossexualidade.

A organização Stonewall, que defende os direitos dos homossexuais, define as terapias de reorientação sexual como “qualquer forma de tratamento ou psicoterapia que pretende reduzir ou acabar com a atração por pessoas do mesmo sexo”. “Essas atividades são um terror, e não estamos dispostos a permitir que continuem”, afirma o governo em seu plano.

Cerca de metade dos entrevistados submetidos a um desses tratamentos disse que ele havia sido administrado por um grupo religioso; 19% por um profissional de saúde; e 16% por um parente ou pessoa próxima.

May afirmou que o Reino Unido "pode se sentir orgulhoso de ser um líder mundial" no que se refere aos direitos LGBT, embora tenha ressaltado que o resultado da pesquisa lhe permitiu ver quais são as áreas nas quais pode-se melhorar a vida desta comunidade. "Fiquei impactada pela quantidade de pessoas que diziam que não podiam ser abertas sobre sua orientação sexual", lamentou ela.

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"Ninguém nunca deveria ter de esconder quem é ou a quem ama", disse May, antes de ressaltar que o plano do governo representa "passos concretos" para conseguir uma mudança "real e durável" na sociedade.

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