Diante do clima de tensão e da troca de acusações em Bruxelas, onde acontece a cúpula dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia aproveitou a atmosfera de descontração da Copa do Mundo, que termina neste final de semana, e ironizou o debate na capital europeia sobre o futuro da aliança militar, que chamou de "inútil".
Enquanto o bloco militar inútil #NATO nos acusa de ações provocadoras e continua a mostrar os dentes em Bruxelas, estamos nos preparando para assistir à #WC2018, disse o ministério num tuíte.
O Kremlin refutou os comentários do presidente americano, Donald Trump, de que a Alemanha era "prisioneira" da Rússia por sua dependência do gás do país. O governo russo afirmou que ambos os países são igualmente dependentes um do outro.
Os suprimentos de gás não tornam um país mais dependente do outro, mas criam uma relação mútua de dependência disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Não podemos concordar com essa premissa.
BRIGA ENVOLVE GASODUTO
O governo da Rússia também afirmou que a declaração de Trump é uma tentativa de forçar a Europa a importar gás natural dos Estados Unidos. O presidente americano disse na quarta-feira que seria errado a Alemanha apoiar um projeto de gasoduto de US$ 11 bilhões no Mar Báltico para importar ainda mais gás russo enquanto retardava um aumento de gastos em defesa para alcançar as metas da Otan.
Já a Rússia pressiona para que o projeto do gasoduto o Nord Stream 2 siga adiante, pois ele tem o potencial de dobrar as exportações de gás do país, passando sob o Mar Báltico e encurtando o trajeto com a Alemanha, evitando por exemplo a passagem pela Ucrânia, país com que o Kremlin não tem boas relações. Mas Washington se opõe ao projeto, e um porta-voz do Departamento de Estado americano já avisou que empresas ocidentais com planos de investir no gasoduto sofreriam sanções.
A troca de farpas se dá dias antes do encontro entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin em Helsinque na próxima segunda-feira. Para o Kremlin, as afirmações de Trump não terão maior impacto num encontro já classificado como de antemão como diifícil, devido a inúmeras divergências entre os dois países.
O primeiro dia do encontro da Otan terminou com a publicação de uma declaração conjunta com duras críticas aos russos e voltou a condenar a anexação da Crimeia em 2014. Os membros da entidade afirmam que as políticas da Rússia têm limitado a estabilidade e a segurança, criando imprevisibilidade. No mesmo documento, os 29 países integrantes do bloco dizem solidarizar-se com a avaliação britânica que atribui responsabilidade aos russos pelo envenenamento com agente nervoso de um ex-espião russo em Londres este ano.
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