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Acordo encerra drama de imigrantes em navio da Itália

Acordo encerra drama de imigrantes em navio da Itália

Irlanda, Albânia e Igreja oferecem ajuda; Justiça acusa ministro de sequestro

Publicado em 25 de agosto de 2018 às 22:42

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Bandeira da Itália. (Reprodução | Internet)

O governo italiano disse na noite deste sábado que todos os 137 imigrantes a bordo do navio de resgate italiano Diciotti, atracado desde segunda-feira no porto siciliano de Catânia, deixariam a embarcação dentro de poucas horas.

O drama parecia finalmente se aproximar do fim depois que Irlanda, Albânia e a Conferência Episcopal Italiana se ofereceram para acolher os passageiros. A Igreja se responsabilizará por cem pessoas, enquanto os dois países ficariam com 20 cada um. Outras 13 pessoas doentes já haviam mais cedo descido para receber atendimento.

Na última semana, 27 menores também já haviam tido permissão para desembarcar. Os migrantes, principalmente da Eritreia, estavam presos no porto porque o governo italiano se recusava a deixá-los sair do barco até que outros países da União Europeia (UE) concordassem em acolher alguns deles.

A Organização das Nações Unidas (ONU) já pedira sensatez, depois que representantes de dez países presentes a uma reunião da UE em Bruxelas no dia anterior não conseguiram chegar a uma solução para o impasse. “Pessoas assustadas que precisam de proteção internacional não devem ficar no meio do turbilhão da política”, disse em comunicado a Agência de Refugiados da ONU.

“A solidariedade europeia é importante, e essa é a coisa certa a fazer”, disse o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney. O anúncio da Irlanda foi seguido pela oferta da Albânia, que não faz parte da União Europeia. Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Itália considerou a oferta da Albânia “um sinal de grande solidariedade e amizade que a Itália aprecia muito”.

Falando a apoiadores num comício em Pinzolo, no Norte da Itália, Salvini disse que a recepção dos imigrantes pela Igreja Católica teria "custo zero" para o bolso dos contribuintes italianos. "A Igreja abriu o coração e a carteira", afirmou no evento.

Devido à situação dos migrantes no Diciotti, a Justiça italiana abriu uma investigação contra Salvini por “sequestro de pessoas, detenções ilegais e abuso de poder”. A investigação foi iniciada pela promotoria de Agrigento, na Sicília, mas será enviada ao Tribunal de Ministros de Palermo, a capital da ilha ao sul da Itália.

Na sua conta do Facebook, Salvini respondeu em tom de desafio à Justiça: “Se quiserem me interrogar, ou quem sabe me prender, porque defendo as fronteiras e a segurança do meu país, tenho orgulho disso e estou esperando de braços abertos!”, escreveu o vice-premier e líder do partido ultranacionalista Liga.

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Na quinta-feira, o partido populista Movimento Cinco Estrelas avisara que pediria a suspensão do financiamento à UE para 2019 caso não houvesse um acordo com outros países europeus para acolher os refugiados de Catânia.

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