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Criança é torturada e morta pelo marido no Afeganistão

Criança é torturada e morta pelo marido no Afeganistão

O pai da menina foi preso por oferecê-la para um homem em troca de dinheiro

Publicado em 1 de agosto de 2018 às 11:39

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O pai da menina foi preso por oferecê-la para um homem em troca de dinheiro. (Divulgação/Pixabay)

O principal suspeito de torturar e matar uma menina com idade entre 7 e 10 anos no Afeganistão é o "marido" dela, com o dobro ou triplo da sua idade. A família de Hameya a ofereceu como forma de pagar uma dívida há dois anos, mas a menina está oficialmente casada há seis meses. As autoridades afirmaram nesta terça-feira (31) que a motivação do crime seria vingança.

Segundo Naqibullah Amini, porta-voz da polícia em Badghis, no Noroeste do país, o corpo da criança foi encontrado na noite de domingo, mas o marido conseguiu fugir. O pai dela foi preso por "forçar sua filha a se casar com o homem", informou Amini ao "The Guardian".

O marido de Hameya, que tem entre 20 e 30 anos, já tinha pelo menos uma mulher, de acordo com Lailuma Noorzad, chefe do departamento provincial de questões das mulheres.

Depois que outra menina no arranjo foi morta por seu próprio marido, o marido de Hameya começou a torturá-la em vingança e acabou matando-a, disse Shahabi à "AFP".

Jamshid Shahabi, porta-voz do governo provincial, disse que a criança foi oferecida como noiva em uma tradição conhecida como "baad" no Afeganistão, quando há uma troca entre duas famílias. Essa modalidade permite uma redução do custo do casamento, por não ser necessário pagar o dote. No caso de Hameya, sua família recebeu cerca de R$ 49,2 mil.

No entanto, a idade legal para se casar no país é de 16 anos para adolescentes do sexo feminino e 18 anos para os do sexo masculino, de acordo com as Nações Unidas. A prática tradicional de se casar com crianças ainda persiste no país conservador e patriarcal, em grande parte devido à pobreza e à insegurança. Pelo menos uma em cada três meninas afegãs é casada antes dos 18 anos, segundo um recente relatório da ONU.

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"O caso (de Hameya) ainda está sob investigação, mas ela não está sozinha - a questão para entender é que centenas de meninas se tornam vítimas dessa violência todos os dias no Afeganistão. Embora casamentos infantis e baad sejam proibidos por lei, ela não é implementada na maior parte do país", disse Hashim Ahmadi, de uma organização de assistência humanitária às mulheres e crianças do país ao "The Guardian".

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