Hackers ligados à Rússia tentaram atacar os sites de dois grupos de estudos (think tanks) de direita dos Estados Unidos, alertou a Microsoft nesta terça-feira. A tentativa de hacker as páginas web dos grupos sugere que os hackers estão aumentando o escopo dos ataques com vistas às eleições parlamentares de novembro no país, diz a empresa de software, criadora do sistema operacional Windows.
A gigante de software disse que havia conseguido impedir os ataques na semana passada ao assumir o controle dos sites falsos criados pelos hackers para imitar as páginas do International Republican Institute e do Hudson Institute. Os internautas eram redirecionados para esses endereços falsos, onde eram instados a fornecer seus logins e senhas, num tipo de ataque conhecido como "phishing".
Autoridades russas negaram as acusações da Microsoft sobre a tentativa de ataque. A agência Interfax citou uma fonte diplomática russa ao refutar as alegações: "A Microsoft está jogando um jogo político. As eleições americanas deste ano ainda não aconteceram, mas já há acusações... A Microsoft está agindo como um promotor em vez de uma empresa privada", teria dito o diplomata, que não foi identificado, à agência russa.
O governo russo tem, repetidamente, negado acusações de que usou hackers para influenciar as eleições americanas e a opinião pública do país em assuntos políticos. O Kremlin costuma alegar que tais acusações fazem parte de uma campanha americana anti-Rússia para justificar novas sanções ao país.
"Tememos que essas e outras tentativas sejam ameaças de segurança a uma gama cada vez maior de grupos ligados aos dois partidos políticos americanos (os democratas e os republicanos) na corrida para asa eleições deste ano", alertou a Microsoft num post em seu blog oficial.
INTERESSE NACIONAL RUSSO POR TRÁS DE ATAQUES
O International Republican Institute tem membros importantes como o senador John McCain, do Arizona, que já criticou as interações do presidente Donald Trump com a Rússia, e as violações de direitos humanos de Moscou.
O Huson Institute sedia debates sobre temas como cibersegurança, diz a Microsoft. Também estudou o aumento da cleptocracia (corrupção enraizada no governo), especialmente na Rússia, e é crítico do governo do país europeu, segundo o "New York Times".
Os russos estão por trás de ataques que acreditam ser de seu interesse nacional disse Eric Rosenbach, diretor do projeto Defendendo a Democracia Digital, da Universidade de Harvard, ao "New York Times". Trata-se de minar as atividades de qualquer grupo que desafia a forma como a Rússia opera em seu território e no mundo.
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