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Mãe de menino gay que se suicidou rebate mensagens de ódio

Mãe de menino gay que se suicidou rebate mensagens de ódio

Após Jamel Myles, de 9 anos, expor sua orientação sexual na escola, colegas foram cruéis

Publicado em 30 de agosto de 2018 às 11:55

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Jamel Myles, de 9 anos, cometeu suicídio após contar na escola que era gay . (Reprodução/Facebook)

A mãe do menino de 9 anos que cometeu suicídio após contar na escola que era gay rebateu com palavras positivas às mensagens que ódio que recebeu no Facebook. A americana Leia Rochelle Pierce publicou nesta quarta-feira prints de xingamentos e acusações de que ela seria culpada pela morte de Jamel Myles.

Um internauta identificado como George Ioan escreveu para Leia que seu perfil na rede social é "uma p* de uma desgraça" que mostra todos "na p* de um arco-íris". O hater zombou da forma como ela reagiu quando seu filho assumiu que era homossexual. Na época, Leia disse para Jamel que continuava a amá-lo independemente de sua orientação sexual.

"Lembre-se de como o mundo está f* antes de forçar uma criança a viver nele. Eu uso o Facebook há nove anos e digo pra você agora mesmo para excluir seu perfil em sinal de respeito por quem você perdeu. E use seu maldito cérebro antes de postar alguma coisa. Ninguém se importa com o quanto você se acha rebelde", dizem as mensagens de ódio.

George Ioan também acusou Leia de ter errado em permitir que o menino contasse aos colegas de turma que era gay.

"Tudo o que você tinha que fazer para mantê-lo vivo era impedir que ele dissesse a todos (sobre sua sexualidade), mas você não sabe em que m* de mundo você vive", afirmou.

O usuário da rede social ainda sugeriu que a mãe da criança vítima de homofobia usasse "camisinhas" e seu "cérebro" para evitar ter mais filhos.

Quando ele enfim parou de enviar mensagens, Leia se manifestou por meio de comentários positivos para o autor de tantas frases pesadas para magoá-la.

"Você é o tipo de pessoas que precisa de amor no coração. Espero que você encontre um pouco do amor que meu filho deixou aqui para compartilharmos. Eu sinto muito que você esteja cheio de ódio e eu espero que alguém lhe abrace. E, se ninguém lhe disse hoje, você é incrível. Fique abençoado. Meu filho e eu vamos orar por você", disse a mãe do menino.

Ao ser questionada por amigos e parentes sobre a resposta que deu, Leia ressaltou que precisa lidar com os haters com bondade, sendo sempre gentil.

Em outra publicação, a mãe pediu que as pessoas que propagam discurso de ódio "encontrem amor".

"Desejo o melhor para todos que estão sendo negativos, porque talvez vocês também estejam sofrendo. Meu filho e eu vamos orar por vocês", disse Leia. "O ódio levou meu filho de mim eu não posso promovê-lo".

Leia publicou no Facebook que Jamel tirara a própria vida, no último dia 23, poucos dias após ter dito a seus colegas de classe que era gay. A história repercutiu internacionalmente e reacendeu o debate sobre bullying e suicídio. Em entrevista ao jornal “Denver Post”, ela contou que atribui a atitude desesperada do filho ao deboche e aos comentários cruéis de outras crianças da Escola Fundamental Joe Shoemaker, em Denver, no estado americano do Colorado.

"Esses valentões são a razão pela qual meu filho não está comigo. Minha filha me disse que ele chegou em casa e contou que as crianças na escola estavam dizendo para ele se matar", disse Leia à "NBC News" nesta terça-feira. "Temos que parar de intimidar e ensinar as pessoas a se amarem".

Um dia após a morte de Jamel, Christine Fleming, a diretora da escola, enviou uma carta aos pais expressando "extrema tristeza" por essa "perda inesperada de nossa comunidade escolar".

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