Após acusações americanas de que o governo russo estava planejando o desenvolvimento e o uso de armas espaciais, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou que o país não pretende enviar esses armamentos para o espaço antes de outro país, afirmando que esse é um sinal que Washington não deve ignorar, de acordo com a agência de notícias Interfax.
Na terça-feira, os Estados Unidos acusaram a Rússia de estar desenvolvendo novas armas para uso no espaço. Entre elas, citaram um sistema móvel de lasers para destruir satélites, o Peresvet, e o lançamento de um novo satélite de inspeção que estaria agindo de forma "anormal".
Na ocasião, a acusação foi feita por Yleem Poblete, secretária assistente de Estado para Controle e Verificação de Armas, na Conferência das Nações Unidas sobre Desarmamento, órgão permanente com sede em Genebra. A conferência discute há dez anos anos um novo tratado, proposto justamente por Rússia e China, cujo objetivo seria evitar uma corrida armamentista no espaço.
No início de agosto, o governo de Donald Trump anunciou a criação do sexto ramo das Forças Armadas americanas, a Força Espacial, com o argumento de que China e Rússia estariam desenvolvendo armas para destruir satélites. O representante da Rússia na Conferência sobre Desarmamento, Alexander Deyneko, insinuou que as críticas de Poblete seriam uma cortina de fumaça para desviar a atenção do projeto de Trump, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso.
Toda vez que eles (os americanos) querem dissimular suas intenções, atraem a atenção para outra questão afirmou.
Em fevereiro, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse na Conferência sobre Desarmamento que era prioritária a prevenção de uma corrida armamentista no espaço.
Mas, segundo Poblete, "as ações russas não traduzem suas palavras". Referindo-se um "aparato de inspeção espacial" cujo lançamento foi anunciado pelo Ministério da Defesa russo em outubro de 2017, a secretária americana comentou:
A única certeza que temos é que esse sistema foi posto em órbita.
A busca russa por armamentos espaciais seria preocupante por causa do "recente comportamento maligno" do país, acrescentou Poblete, e um tratado proposto por China e Rússia para regulamentar esse desenvolvimento, segundo ela, não impediria e produção e o armazenamento de armas antissatélite.
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