O Banco Central da Venezuela (BCV) ordenou, na segunda-feira, que os bancos mantenham um depósito compulsório especial, o que, segundo analistas, impulsionará os créditos e a inflação, que o FMI projeta em 1.000.000% para 2018. A resolução da autoridade monetária indica que esse fundo deverá ser constituído com a totalidade das reservas excedentes acumuladas pelos bancos públicos e privados a partir de 1° de setembro.
Todos os bancos são obrigados a manter no BCV um depósito compulsório legal para atender às retiradas do público. Os fundos que sobram depois do cumprimento desse requisito constituem as reservas excedentes e se destinam a operações como empréstimos.
O vice-presidente de Economia, Tareck El Aissami, assinalou que o objetivo do novo compulsório é evitar que o sistema bancário utilize este dinheiro para reciclá-lo ou injetá-lo em outros destinos como créditos comerciais.
Segundo El Aissami, estes créditos são utilizados para a compra de dólares no mercado negro, cuja taxa supera amplamente o câmbio oficial.
É uma medida de proteção do nosso sistema financeiro e assim vamos garantir que o dinheiro volte ao Banco Central e seja utilizado para o propósito que é injetar dinheiro para os trabalhadores da Venezuela disse El Aissami, destacando que o compulsório é necessário para se obter um equilíbrio que controle o ataque especulativo inflacionário.
Analistas avaliaram inicialmente que a resolução expandiria os empréstimos e alentaria a hiperinflação, ao destinar o dinheiro ao crédito, mas as declarações de El Aissami nos levam a uma interpretação original, de uma restrição agressiva do crédito bancário, comentou no Twitter o diretor da empresa Econométrica, Henkel García.
Maduro anunciou em 20 de agosto passado medidas para deter a grave crise que abala a Venezuela, após quatro anos de recessão, escassez de alimentos e medicamentos e hiperinflação. O pacote incluiu a desvalorização do bolívar em 96%, um aumento de 3.400% do salário mínimo e tabelamento dos produtos básicos, entre outras medidas.
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