Sem apresentar provas, o presidente Donald Trump alertou na noite desta segunda-feira (06) para a possibilidade de fraudes nas eleições legislativas nos Estados Unidos. Ele foi seguido pelo procurador-geral do país, Jeff Sessions. A denúncia do chefe da Casa Branca repete estratégia das eleições de 2016, quando ele denunciou ilegalidades no sistema eleitoral americano, mas nunca apresentou evidências e desistiu de investigar o caso. Especialistas criticaram estas denúncias como "vazias".
Em uma mensagem no Twitter, Trump ameaçou quem estiver violando as regras das eleições:
"O sistema legal foi fortemente orientado a vigiar de perto qualquer VOTAÇÃO ILEGAL que possa ocorrer nas eleições de terça-feira (ou votação antecipada). Qualquer pessoa pega estará sujeita às penalidades criminais máximas permitidas por lei. Obrigado!", escreveu o presidente.
Ao chegar a um comício em Cleveland (Ohio), Trump acusou imigrantes ilegais de votarem nos EUA. Para participar das eleições, é necessário ter cidadania americana.
"Basta dar uma olhada. Tudo o que você precisa fazer é dar uma olhada no que aconteceu ao longo dos anos e verá. Há muitas pessoas, muitas pessoas, na minha opinião, e baseadas em provas, que tentam entrar ilegalmente e na verdade votam ilegalmente. Então, só queremos que eles saibam que haverá processos", disse o republicano.
Em nota, o Departamento de Justiça repetiu as alegações do presidente.
"A fraude no processo de votação não será tolerada. A fraude também corrompe a integridade da votação secreta", destacou o órgão, sem apresentar provas.
Especialistas ouvidos pela imprensa americana criticaram a postura de Trump, que gera dúvidas em um sistema que é a base da democracia. Para Kristen Clarke, presidente do Comitê dos Advogados pelos Direitos Civis Sob a Lei, Trump foi "incrivelmente antipatriota" nas declarações.
"No momento em que precisamos que a Casa Branca e o Departamento de Justiça se manifestem contra a implacável campanha de supressão de eleitores (estados republicanos estão sendo acusados de dificultar o voto de negros e pobres, fechando locais de votação) neste ciclo eleitoral, isso desafia a razão", disse ela ao "Washington Post".
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