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Drones e cães buscam sobreviventes de tsunami e mortos superam 420

Drones e cães buscam sobreviventes de tsunami e mortos superam 420

Ao menos 154 pessoas continuam desaparecidas, mais de 1.400 ficaram feridas e milhares de moradores tiveram que acorrer a áreas elevadas diante do alerta de maré alta estendido para esta quarta (26)

Publicado em 26 de dezembro de 2018 às 01:27

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Tsunami na Indonésia. (Achmad Ibrahim)

Equipes de resgate na Indonésia estão usando drones e cães farejadores ao longo da devastada costa oeste de Java, atingida por um tsunami que matou ao menos 429 pessoas, segundo dados atualizados nesta terça (25) pelo governo, na expectativa de encontrar sobreviventes e corpos nos escombros.

Nuvens de fumaça espessa continuam saindo da ilha vulcânica Anak Krakatoa, cuja erupção em um período de maré alta no sábado (22) causou deslizamentos submarinos e deslocou grandes massas de água que atingiram as ilhas de Sumatra e Java.

A destruição é visível ao longo do litoral, no qual ondas de até dois metros atingiram veículos, árvores e casas. Ao menos 154 pessoas continuam desaparecidas, mais de 1.400 ficaram feridas e milhares de moradores tiveram que acorrer a áreas elevadas diante do alerta de maré alta estendido para esta quarta (26).

"Como o Anak Krakatoa tem estado em erupção nos últimos meses, novos tsunamis não podem ser excluídos", disse o professor Hermann Fritz, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA. Equipes humanitárias alertaram para os riscos de crise sanitárias, e as reservas de água potável e remédios nos locais atingidos diminuem.

"Muitas crianças estão doentes, têm febre, dor de cabeça e não há água suficiente", explicou Rizal Alimin, médico da ONG Aksi Cepat Tanggap, em uma escola transformada em abrigo improvisado. No país de maioria muçulmana, a minoria cristã celebrou o Natal rezando pelas vítimas. Em Carita, foi organizada uma missa na igreja pentecostal Rahmat, perto de uma das áreas afetadas.

Os esforços de resgate têm sido dificultados por fortes chuvas e baixa visibilidade. Equipes militares e voluntários usam drones para calcular a extensão dos danos. Com maquinário pesado, cães e câmeras especiais, os socorristas tentam detectar e retirar corpos da lama e dos destroços ao longo da área de 100 km atingida. O raio de busca deve agora ser expandido para o sul, segundo o governo.

"Há várias localidades que achávamos que não tinham sido afetadas. Mas agora estamos alcançando áreas mais remotas e de fato há muitas vítimas nelas", disse Yusuf Latif, porta-voz da agência nacional de buscas e resgates.

Após o deslizamento submarino causado pela erupção, levou apenas 24 minutos para que as ondas atingissem a costa. Uma falha no sistema de detecção piorou a situação -em tuítes posteriormente apagados, a Agência Nacional de Gestão de Catástrofes afirmou que não havia ameaça de tsunami.

O governo agora estuda como melhorar o sistema. Milhares de pessoas estão em tendas e abrigos temporários como mesquitas e escolas. Comida, água, travesseiros e remédios estão sendo levados a áreas remotas em estradas engarrafadas.

"Estou aqui há três dias", disse Neng Sumarni, 40, que dorme ao lado dos três filhos e do marido no chão de uma escola, assim como outras 30 pessoas. "Tenho medo porque minha casa fica perto da praia".

Atmadja Suhara, que trabalha com a prefeitura de Labuan, disse que estava ajudando a cuidar de 4.000 flagelados. "Todo mundo está ainda em pânico. Nós temos desastres com frequência, mas não tão ruins quanto este", afirmou. "As pessoas continuam sem água potável. Muitos seguiram para zonas elevadas e não conseguimos chegar até eles".

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Localizada no Anel de Fogo do Pacífico, uma das áreas de maior atividade sísmica do planeta, a Indonésia registrou neste ano um recorde de vítimas de desastres em mais de uma década.

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