> >
Mortes em tsunami na Indonésia encostam em 400 e devem subir

Mortes em tsunami na Indonésia encostam em 400 e devem subir

Riefian Fajarsyah, vocalista da banda Seventeen, atingida no palco quando se apresentava, confirmou a morte de três membros do grupo, um técnico e do empresário

Publicado em 24 de dezembro de 2018 às 22:30

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Tsunami na Indonésia. (Achmad Ibrahim)

Enquanto as buscas por sobreviventes prosseguiam nesta véspera de Natal, o número de mortos pelo tsunami ocorrido dois dias antes na Indonésia subiu para 373, com 1.459 feridos, informou a Agência Nacional de Gestão de Desastres nesta segunda-feira (24).

Contudo, o número deve subir, já que há localidades atingidas que ainda não haviam recebido assistência.

"O número de mortos e de feridos continuará subindo", afirmou o chefe da agência, Sutopo Purwo Nugroho, que informou haver 128 desaparecidos. Segundo o Itamaraty, não há, por ora, registro de brasileiros entre as vítimas.

Riefian Fajarsyah, vocalista da banda Seventeen, atingida no palco quando se apresentava, confirmou a morte de três membros do grupo, um técnico e do empresário.

O tsunami, que atingiu praias do sul da ilha de Sumatra e do extremo oeste de Java às 21h30 de sábado (12h30 de Brasília) de sábado, foi provocado pela erupção do vulcão Anak Krakatoa, "filho" do lendário Krakatoa, cuja erupção em 1883 matou mais de 36 mil pessoas.

Especialistas advertem para o risco de novas ondas em consequência da atividade vulcânica local –o país, um arquipélago, está situado sobre o chamado Anel de Fogo do Pacífico, de intenso movimento das placas tectônicas que forma a crosta terrestre.

O governo apura agora eventuais falhas de prevenção. "A ausência de um sistema de alerta explica porque o tsunami não foi detectado", disse Nugroho. "Os sinais da chegada de um tsunami não foram detectados, e as pessoas não tiveram tempo tempo de fugir."

Em setembro, Um tsunami provocado por um terremoto deixou 2.200 mortos e milhares de desaparecidos em Palu, ilha de Célebes. Em 2004, um tsunami provocado por um terremoto submarino de magnitude 9,3 na costa de Sumatra provocou a morte de 220 mil pessoas em países do oceano Índico, 168 mil delas na Indonésia.

O monitoramento das marés e a organização e estruturação de dados são as principais ferramentas das agências indonésias para prever os tsunamis, geralmente depois de um terremoto.

Mesmo quando todas as estações de vigilância funcionam, as falhas na rede são consideráveis, e as pessoas têm pouco tempo para fugir.

Os esforços para melhorar o sistema foram prejudicados por problemas como a falta de manutenção dos equipamentos e o mau funcionamento burocrático.

O presidente indonésio Joko Widodo, que concorre à reeleição em abril, chegou à área do desastre de helicóptero nesta segunda, após deslocar agências federais para socorrer as vítimas.

"Minhas profundas condolências às vítimas nas províncias de Banten e Lumpung", disse ele no domingo. "Espero que aqueles que ficaram tenham paciência".

O Centro Indonésio de Vulcanologia e de Gestão de Riscos Geológicos informou que o Anak Krakatoa mostrava sinais de atividade intensa há uma semana. Ele está em erupção desde junho e voltou a fazê-lo cerca de 24 minutos antes do tsunami, informou a agência de geofísica.

Este vídeo pode te interessar

"Na verdade, o tsunami não foi realmente grande, apenas 1 metro", disse Gegar Prasetya, co-fundador do Centro de Pesquisas de Tsunami na Indonésia. "O problema é que as pessoas sempre tendem a construir tudo perto da costa."

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais