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Migrações e expectativa de vida reduzem população de 27 países

Migrações e expectativa de vida reduzem população de 27 países

Em alguns locais, o decréscimo se dá porque as mulheres têm menos filhos. Em outros, porque um grande número de pessoas está emigrando

Publicado em 18 de junho de 2019 às 09:39

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Um exemplo desta situação é a Síria, que perdeu 20% de sua população entre 2010 e 2019 -o maior declínio da década. (@radioamericahn | Twitter)

Apesar de a população mundial estar crescendo, é cada vez maior o número de países que vivem redução no número de habitantes, revela o relatório da ONU World Population Prospects (prospecções da população mundial), divulgado nesta segunda (17).

Em alguns locais, o decréscimo se dá porque as mulheres têm menos filhos. Em outros, porque um grande número de pessoas está emigrando.

Um exemplo desta situação é a Síria, que perdeu 20% de sua população entre 2010 e 2019 -o maior declínio da década. Em segundo lugar vem Porto Rico. A ilha, que já apresentava alto número de emigrantes, vivenciou aumento desse fluxo devido ao furacão Maria, em 2017. De 2010 para cá, perdeu 18% da população.

Foram 27 os países que apresentaram decréscimo de ao menos 1% no número de habitantes na última década; 14 tiveram taxa de mortalidade maior do que a de nascimentos -caso de Japão e Ucrânia.

Em 23 deles, o saldo de migração internacional foi negativo, ou seja, mais gente deixou o país do que chegou.

O caso da Venezuela chama a atenção. Segundo o documento da ONU, o número total de habitantes do país é hoje 13,1% menor do que o que havia sido estimado em 2017.

"A redução ocorre principalmente devido às estimativas cada vez maiores de emigração, apesar de que um declínio recente na esperança de vida ao nascer também contribuiu", diz a análise.

O país, que vinha apresentando crescimento populacional desde 1950, estagnou em 2015 e passou a perder gente em 2016. Mesmo com o número de nascimentos superando o de mortes, de 2015 a 2019, estima-se que tenha perdido 1,5 milhão de pessoas (de 30 milhões para 28,5 milhões). Foi o único da América do Sul com saldo negativo entre 2015 e 2020.

A esperança de vida ao nascer dos venezuelanos, que vinha crescendo e estava em 73,07 anos no período de 2010 a 2015, baixou para 72,13 anos no quinquênio de 2015 a 2020.

De acordo com os dados, o saldo migratório da Venezuela na última década foi negativo, de -3,7 milhões de pessoas.

Mianmar, Bangladesh, Nepal e Filipinas também aparecem entre os dez países com saldo mais negativo em termos de migração.

Na comparação entre grandes regiões, a Ásia Sul e Central foi a que mais enviou migrantes para outras áreas (saldo de -15,1 milhões) na última década. Já Europa e América do Norte são regiões receptoras. Nelas, o número de imigrantes excedeu o de emigrantes em 25,9 milhões na década de 2010 a 2020.

Alemanha, Japão, Itália e Rússia estão entre os que têm recebido mais imigrantes do que o contrário na última década, o que deve contribuir para a formação de sua população em um cenário de mais mortes do que nascimentos.

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Até 2050, espera-se que mais países vejam sua população diminuída em ao menos 1%: 55, segundo as projeções.

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