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Araújo: 'Petrobras pode ser punida nos EUA se fizer negócios com Irã'

Araújo: "Petrobras pode ser punida nos EUA se fizer negócios com Irã"

A declaração de Araújo ocorre poucas horas depois de o presidente do STF, Dias Toffoli, ter determinado que a petroleira brasileira forneça combustível às duas embarcações

Publicado em 25 de julho de 2019 às 19:22

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Petrobras pode ser punida nos EUA se fizer negócios com empresas do Irã, diz Ernesto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou nesta quinta-feira (25) que a Petrobras pode sofrer punições nos Estados Unidos caso faça negócios com empresas iranianas sancionadas por Washington, como é o caso dos navios Bavand e o Termeh parados em Paranaguá, no Paraná.

A declaração de Araújo ocorre poucas horas depois de o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, ter determinado que a petroleira brasileira forneça combustível às duas embarcações, que estão há quase 50 dias no porto paranaense sem poder retornar ao Irã por falta de óleo.

A Petrobras vinha se recusando a efetuar a operação sob a justificativa de que os navios estão na lista de empresas sancionadas pelos Estados Unidos. O argumento da companhia brasileira era que, ao fornecer o combustível, a própria Petrobras estaria sob risco de sofrer penalidades pelas autoridades americanas -opinião agora endossada pelo chanceler.

"Nós temos chamado a atenção para o fato de que a Petrobras poderia estar sujeita a prejuízos nas suas atividades nos EUA. Isso continua sendo o caso. Parece que, de acordo com medidas que estão em vigor, determinado comportamento da Petrobras pode ter esse tipo de repercussão. É o que tínhamos chamado atenção antes e achamos que a situação permanece", disse Araújo, após uma declaração à imprensa ao lado ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, no Palácio do Itamaraty.

Apesar da declaração, Araújo ressaltou que o tema dos navios de bandeira iraniana está na Justiça e que a determinação judicial precisa ser seguida por todas as partes. "Existe o Estado da lei, as companhias atuarão de acordo com a determinação da Justiça", concluiu o chanceler.

A decisão de Toffoli foi tomada na noite de quarta-feira (24). O presidente do STF argumentou que a empresa brasileira Eleva Química -responsável pelas embarcações- não está na lista de agentes sancionados pelos EUA.

As embarcações trouxeram ureia ao Brasil e deveriam retornar com milho ao país persa.

O Bavand já tem embarcado quase 50 mil toneladas de milho e o Termeh aguarda o carregamento de outras 60 mil toneladas. A carga é avaliada em aproximadamente R$ 100 milhões.

Toffoli -que decidiu o caso após uma disputa judicial nas instâncias inferiores- também argumentou prejuízos causados à balança comercial do país com o Irã, que é o maior comprador de milho brasileiro.

Ele disse ainda que não há possibilidade de a Petrobras sofrer sanções dos EUA, uma vez que o reabastecimento será feito por ordem judicial.

Ao comentar o caso dos navios iranianos, o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil está alinhado à política dos EUA de sanção econômica contra o Irã. "Existe esse problema, os EUA, de forma unilateral, têm embargos levantados contra o Irã. As empresas brasileiras foram avisadas por nós desse problema e estão correndo risco nesse sentido", afirmou o presidente na sexta (19).

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No domingo (21), Bolsonaro reafirmou sua posição. "Sabe que nós estamos alinhados à política deles. Então, fazemos o que tem de fazer", disse o mandatário.

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