Se antes a imprensa alemã colocava panos quentes e evitava especulações sobre a saúde de Angela Merkel, o novo episódio de tremor da chanceler nesta quarta-feira (10) fez com que o tom mudasse radicalmente em jornais do mais amplo espectro. Merkel completa 65 anos semana que vem.
Em entrevista coletiva após o incidente, em Berlim, Merkel deu a entender -mas não afirmou- que está tratando do problema.
"Estou resolvendo o que aconteceu. Esse processo claramente não está finalizado, mas há progresso e eu terei de viver com isso por um tempo, mas eu estou muito bem e vocês não precisam se preocupar comigo", disse.
O fato de não revelar que problema a afligiria nem que tipo de tratamento estaria buscando fez com que não apenas as especulações mas também a pressão por mais transparência crescessem.
"A chanceler sabe que tem de dizer mais. Mais do que ela está bem e ninguém precisa se preocupar com sua saúde", afirmou o Der Tagesspiegel, principal diário da capital.
"Não é o clima desta vez", afirmou o Süddeustesche Zeitung, em referência à explicação dada pela chanceler sobre o primeiro episódio de tremor: a de que estava muito quente e que ela havia tido uma desidratação.
"Saúde é assunto privado de um chefe de governo, mas apenas até certo ponto", escreveu o jornal, listando em seguida uma pletora de possibilidades do que um tremor poderia significar: mal de Parkinson, esclerose múltipla, fadiga, estresse, ansiedade, problemas neurológicos e até o uso de determinados medicamentos.
Galeria Angela Merkel ao longo dos anos Líder conservadora governa a Alemanha desde 2005 O tabloide Bild, que até agora vinha mantendo o comedimento, estampou um "até quando, senhora chanceler?" no alto de sua edição online.
Fugindo do tom de cobranças, o Berliner Zeitung aceitou a explicação da chanceler de que os tremores número dois e três ocorreram em decorrência do ataque número um, como um efeito psicológico. "Portanto, nenhuma doença grave."
O jornal argumenta que não se trata de uma questão política e que não há razão para duvidar da garantia de Merkel de que está bem. "Isso é o que importa. Os políticos não são máquinas, têm peculiaridades, fraquezas e doenças como todos os seres humanos."
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