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Rússia orienta Irã a cumprir acordo nuclear

Rússia orienta Irã a cumprir acordo nuclear

Na segunda-feira, o governo iraniano anunciou que violou, pela primeira vez, o limite de armazenamento de urânio de baixo enriquecimento, estabelecido em 300 quilos

Publicado em 3 de julho de 2019 às 12:12

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Vladimir Putin. (Kremlin / Divulgação)

O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, pediu nesta terça-feira (02), ao Irã que respeite os pontos-chave do acordo nuclear assinado em 2015. Na segunda-feira, o governo iraniano anunciou que violou, pela primeira vez, o limite de armazenamento de urânio de baixo enriquecimento, estabelecido em 300 quilos. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou a informação.

"Fazemos um chamado a nossos colegas iranianos para que mostrem moderação, não cedam em nenhum caso às emoções e respeitem os pontos-chave das garantias oferecidas à AIEA", declarou Lavrov, depois de se reunir com o chanceler da Irlanda, Simon Coveney.

Em 2015, o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) foi assinado pelo Irã e por cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Reino Unido, França, China e Rússia - além da Alemanha. Pelo compromisso firmado, os iranianos concordaram em limitar seu enriquecimento de urânio sob a vistoria de inspetores da ONU em troca da suspensão das sanções econômicas.

Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, porém, a Casa Branca vem endurecendo as sanções e isolando Teerã. Em maio de 2018, Trump decidiu retirar o país do acordo - que havia sido uma promessa de campanha.

Nesta terça, Lavrov pediu que os países europeus cumpram seus compromissos e implementem um mecanismo criado para contornar as sanções econômicas dos EUA, mantendo o fluxo comercial com o Irã.

De acordo com o chanceler russo, sem o novo mecanismo financeiro, com o qual se realizarão transações com o Irã, "será muito difícil manter um diálogo efetivo para conservar o JCPOA.

Para Lavrov, foram as sanções americanas que forçaram Teerã a superar os limites de suas reservas de urânio. "Em maio, os EUA aprovaram um novo pacote de sanções que proibia qualquer país de comprar os excedentes de urânio e água pesada do Irã. Em essência, com este passo, os EUA proibiram todos os países da ONU de cumprir a resolução do Conselho de Segurança que aprovou o acordo nuclear."

Após a saída dos EUA do acordo, Teerã já havia antecipado, em maio, que deixaria de cumprir alguns pontos daquilo que havia sido firmado, como a quantidade máxima permitida de urânio enriquecido.

Em comunicado nesta terça, os países europeus que assinaram o acordo nuclear se mostraram "extremamente preocupados" com a posição adotada pelos iranianos. O bloco afirmou novamente que a sobrevivência do acordo depende do pleno respeito ao acordo por parte do Irã. "Pedimos que os iranianos retifiquem a decisão e se abstenham de qualquer medida suplementar que questione o acordo nuclear", diz o texto da UE.

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A China, importante parceira comercial do Irã, lamentou nesta terça a atitude do Irã, mas acusou os EUA de provocarem um clima de guerra no Oriente Médio. "Temos enfatizado em muitas ocasiões que a pressão máxima dos Estados Unidos é a causa das tensões atuais", afirmou o porta-voz da chancelaria chinesa, Geng Shuang. 

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