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Sem escoamento, água da Lagoa Juparanã invade ruas e casas no Norte

Sem escoamento, água da Lagoa Juparanã invade ruas e casas no Norte

De acordo com os moradores, a inundação se deve à barragem construída no Rio Pequeno, em Linhares, para evitar que os rejeitos de minério da barragem que se rompeu em Minas Gerais atingissem o Rio Doce

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 16:07

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Sem escoamento, água da Lagoa Juparanã invade ruas e casas no interior de Sooretama. (Reprodução | TV Gazeta Norte)

Quarenta famílias da comunidade de Patrimônio da Lagoa, em Sooretama, no Norte do Estado, estão praticamente ilhadas. Ruas e casas foram tomadas pela água da Lagoa Juparanã. De acordo com os moradores, a inundação se deve à barragem construída no Rio Pequeno, em Linhares, para evitar que os rejeitos de minério da barragem que se rompeu em Minas Gerais atingissem o Rio Doce. A obra acaba impedindo o escoamento da água da lagoa.

"Existe um rio que vem de Minas Gerais e deságua aqui. o rio São José. Como a Samarco fez a barragem lá embaixo, o São José está jorrando 24 horas. Independente de chuva ou não, ele vai continuar jorrando e a tendência é a água subir. Não tem vazão", explicou o presidente da colônia de pescadores, Milton Jorge.

A água chegou na casa da filha da funcionária pública Valquíria Chagas. A moradora saiu da residência. "A água entrou aqui ontem (quinta-feira, 15). Ontem de manhã, ela acordou com a água dentro de casa. Ela tirou as coisas e está na minha casa", contou.

Já na casa do pescador Luiz Carlos Alves, faltam poucos metros para a água entrar. Ele disse que mora no local há 40 anos e nunca passou por isso. "É a primeira vez. Quando enchia algumas vezes, no decorrer de 10 dias o Rio Doce baixava e a lagoa automaticamente baixava também. Então, a água escoava. Agora não. A tendência é só encher. Não tem onde vazar".

Para resolver o problema, a comunidade acredita que deveriam ser construídas comportas na barragem para dar vazão à água. "A solução é fazer uma barragem de contenção com a vazão de água para ela sair. Está enchendo muito a cada dia que passa. E ainda está chovendo nas cabeceiras", disse o presidente da colônia de pescadores, Milton Jorge.

FUNDAÇÃO RENOVA

A Fundação Renova disse que, para melhorar o escoamento da água da chuva, vai instalar equipamentos nos próximos dias para bombear a água represada. Além disso, está em andamento um estudo técnico para avaliar as alternativas de escoamento da água, minimizando os riscos para os moradores ribeirinhos. Todas as ações estão sendo definidas em conjunto com o poder público. A Renova também está em contato constante com a Defesa Civil para dar apoio necessário às famílias atendidas.

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