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Polícia finaliza segunda perícia em local de tragédia em Linhares

Polícia finaliza segunda perícia em local de tragédia em Linhares

O pastor George Alves que é pai de Joaquim, de 3 anos, e padrasto de Kauã, de 6 anos, esteve no local acompanhando o trabalho dos peritos

Publicado em 24 de abril de 2018 às 19:19

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(Raphael Verly | TV Gazeta )

Terminou às 16h10 desta terça-feira (24) a segunda perícia da Polícia Civil na residência onde os irmãos Kauã e Joaquim morreram carbonizados, em Linhares, região Norte do Espírito Santo. Uma equipe da engenharia da PC chegou à residência por volta das 14h30.  

Segundo a Polícia Civil, uma perícia foi feita pela equipe de Linhares no dia da tragédia, ocorrida na madrugada do último sábado (21). Nesta terça, foi realizada a perícia da equipe de engenharia da PC, a qual foi denominada, anteriormente, como "complementar", embora não tenham sido divulgados detalhes do que contemplou essa nova perícia.

A reportagem acionou a assessoria da Polícia Civil, mas, até a publicação, não teve retorno.

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O pastor George Alves, que é pai de Joaquim Alves e padrasto de Kauã Salles, esteve no local acompanhando o trabalho dos peritos. Uma equipe do Corpo de Bombeiros também esteve na casa.

Pastor George Alves, pai de Joaquim e padrasto de Kauã, acompanha os trabalhos da polícia. (Raphael Verly | TV Gazeta)

IDENTIFICAÇÃO DOS CORPOS

Os materiais genéticos para a realização dos exames de DNA para identificar os corpos das crianças foram coletados na segunda-feira (23). Os irmãos ficaram totalmente carbonizados. O resultado, de acordo com a polícia, deverá ficar pronto em até 15 dias.

A TRAGÉDIA

O pastor George Alves, que estava com as crianças em casa na hora do incêndio, contou — entre pausas e choro — como foram as últimas horas com os meninos. Ele cuidava dos meninos, enquanto a mãe das crianças participava de um congresso religioso em Minas Gerais.

Kauã, 6 anos, e Joaquim, 3, que morreram durante incêndio no quarto em que dormiam. (Facebook)

"Minha esposa tinha ido viajar para um congresso de mulheres. Fui na sorveteria com eles, na rua da minha casa, depois fomos à casa de um membro da igreja da qual eu sou pastor. Fomos para casa, dei banho nos dois. Tenho escritório do lado do quarto deles, eles estavam comigo lá vendo filme. Me pediram leite com achocolatado, eu fiz. O Joaquim dormiu primeiro. Fui até o quarto, liguei o ar-condicionado, coloquei ele na cama e liguei a babá eletrônica. Retornei para o escritório, onde eu continuei com o Kauã até mais ou menos meia-noite. Pedi para que ele fosse dormir, ele foi. Coloquei a mão sobre a cabeça dele, nós oramos juntos, eu orei por ele (pausa). Pedi para que Deus o guardasse e protegesse. Nesse momento eu o cobri, saí e fui até o meu quarto. Tomei banho, liguei a babá eletrônica no meu quarto, e dormi. Eu apaguei", relembrou antes de continuar.

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"Por volta de umas 2 horas da manhã eu escutei na babá eletrônica os gritos deles. Eu vi o fogo muito grande e corri desesperado. A casa já não tinha energia, não tinha luz mais, e eu empurrei a porta do quarto deles, que estava entreaberta. Eu só havia encostado por causa do ar-condicionado. Quando eu entrei, escutei o choro deles, a gritaria. Eles gritavam 'pai, pai, pai'. Só que coloquei a mão na cama e não consegui pegar. Eu creio que Kauã desceu para a cama de baixo, era uma beliche, para tentar salvar o irmão. Eles se abraçaram e eu não consegui (chora muito). Estava muito quente, queimei meus pés e minhas mãos. Saí, estava só de cueca gritando, comecei a me desesperar. Duas pessoas que estavam passando vieram e me tiraram da casa. Eu tentei umas três vezes entrar para salvar, mas eu já não ouvia a voz deles", contou.

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