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Tragédia em Linhares: além de família, duas mulheres moravam da casa

Tragédia em Linhares: além de família, duas mulheres moravam da casa

As duas foram chamadas para depor e chegaram à delegacia de Linhares por volta das 14h30 desta quinta-feira (26)

Publicado em 26 de abril de 2018 às 17:59

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Termina segunda perícia em local de tragédia em Linhares. (Raphael Verly | TV Gazeta )

Duas mulheres que moravam em um quarto da casa incendiada no Centro de Linhares, Norte do Estado, onde os meninos Kauã, 6 anos, e Joaquim, 3, morreram carbonizados, estão depondo na tarde desta quinta-feira (26), na 16ª Delegacia Regional de Linhares.

As duas chegaram pouco antes de 14h30 e cada uma está em um andar do prédio da delegacia. Elas não estavam no imóvel no momento do incêndio, mas, como são amigas da mãe das crianças, a pastora Juliana Salles, e moravam na casa, estão sendo ouvidas como testemunhas.

O portão da casa onde irmãos morreram carbonizados vem recebendo flores em homenagens a Kauã e Joaquim. A casa permanece fechada com correntes e cadeado depois de mais uma perícia da Polícia Civil realizada na tarde desta quarta-feira (25).

O pastor Georgeval Alves Gonçalves, 36 anos, mais conhecido como George Alves, acompanhou o trabalho da perícia da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, que chegaram à casa da família na tarde desta terça-feira, por volta das 14h30.

DEPOIMENTOS

Sete pessoas deverão ser ouvidas na tarde desta quinta-feira (26) na delegacia de Linhares, no Norte do Estado, sobre a tragédia na residência onde os irmãos Kauã e Joaquim morreram carbonizados.

Duas testemunhas que tentaram ajudar o pastor George Alves durante o incêndio prestaram depoimento à polícia na tarde de quarta-feira (25). No depoimento, uma das pessoas ouvidas afirmou que o pastor estava bastante abalado.

O pastor Georgeval Alves Gonçalves, 36 anos, mais conhecido como George Alves, acompanhou o trabalho da perícia da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, que chegaram à casa da família na tarde desta terça-feira (24), por volta das 14h30.

Depois, o pastor foi levado, em uma viatura descaracterizada, para a delegacia de Linhares. Lá ele foi ouvido e prestou depoimento durante quatro horas. Em seguida, foi encaminhado para realizar exame de corpo de delito no Serviço Médico Legal (SML) de Linhares.

A mulher do George, a pastora Juliana Sales, também prestou depoimento nesta quarta-feira. Juliana chegou por volta de 9 horas à delegacia e só saiu cerca de quatro horas depois.

O delegado titular da Delegacia de Divisões Penais e outros (Dipo), Romel Pio de Abreu Júnior, que investiga o caso, informou que não dará detalhes sobre as investigações e o depoimento do pastor.

POLÍCIA CIVIL

Uma equipe da Polícia Civil recolheu imagens de câmeras de segurança da rua onde as crianças moravam para ajudar nas investigações sobre as circunstâncias do incêndio.

A assessoria da Polícia Civil informou, por meio de nota, que está em diligências e utilizando todos os materiais e procedimentos necessários para apurar o fato e que demais informações, ainda, não seriam passadas para não atrapalhar as investigações.

CASO "COMPLEXO"

O caso do incêndio que matou dois irmãos carbonizados em Linhares, região Norte do Espírito Santo, é tratado pela polícia como "complexo". Ao Gazeta Online, fontes da Polícia Civil afirmaram que atribuem à complexidade o aprofundamento das investigações. Tudo que é colhido, sejam provas testemunhais ou materiais, é mantido sob sigilo.

Acionado pela reportagem, o delegado Romel Pio Júnior, que comanda a investigação, reforçou que detalhes não serão passados, mas garantiu que a Polícia Civil está buscando todas as informações necessárias para que o caso seja concluído.

George Alves e Juliana Salles em frente ao DML de Vitória. (Marcelo Prest | GZ | Arquivo)

IMAGENS DE CÂMERAS RECOLHIDAS

Três dias depois da tragédia, nesta terça-feira (24), uma equipe da Polícia Civil recolheu imagens das câmeras de segurança da rua onde as crianças moravam para ajudar nas investigações sobre as circunstâncias do incêndio e entender a cronologia dos fatos. Os detalhes sobre essa nova perícia ainda não foram divulgados.

PERÍCIAS

Segundo a Polícia Civil, uma perícia foi feita pela equipe de Linhares no dia da tragédia, ocorrida na madrugada do último sábado (21). Nesta terça (24), foi realizada a perícia da equipe de engenharia da PC que foi denominada, anteriormente, como "complementar", embora não tenham sido divulgados detalhes do que contemplou essa nova perícia.

O pastor George Alves acompanhou o trabalho dos peritos . (Raphael Verly | TV Gazeta)

CORPOS AINDA NÃO FORAM SEPULTADOS

Um pastor amigo da família contou ao Gazeta Online que as crianças foram encontradas mortas pelo Corpo de Bombeiros em um canto do quarto. "Eles estavam abraçados e isso impactou muito quem estava lá porque os dois meninos foram recolhidos em um único saco". 

Os corpos somente poderão ser identificados após resultado de exames de DNA. Os materiais genéticos foram colhidos na última segunda-feira (23). O resultado deve sair em, no máximo, 15 dias.

CIDADE DE LUTO 

Creche Chapeuzinho Vermelho, onde Joaquim Alves estudava. (TV Gazeta)

O município de Linhares amanheceu de luto, nesta segunda-feira (23), após a morte trágica dos irmãos. Nas escolas em que os pequenos Kauã, 6 anos, e Joaquim, 3 anos, estudavam o clima não poderia ser diferente: dor e tristeza.

Kauã Salles estudava o primeiro ano do ensino fundamental na Escola Marilia De Rezende Scarton Coutinho, no bairro Interlagos. Nesta segunda, no portão da unidade, a palavra "luto" simbolizava o que professores e alunos sentiam.

A professora Mara Sena leu mensagem que os amigos de Kauã escreveram. (TV Gazeta)

A professora de Kauã Salles, Mara Sena, lembra como foi entrar na sala e ver o lugar do menino vazio. “Cheguei antes que eles entrassem na sala e bateu uma tristeza. Eu como mãe, avó, imagino a dor que essa mãe está passando”, disse.

A professora leu algumas mensagens que coleguinhas de Kauã fizeram para a pastora Juliana Salles, a mãe das crianças mortas. “Querida Juliana, vou sentir muita saudade do Kauã Salles. Você foi muito legal, Kauã”, escreveram.

O clima de tristeza também na creche que o irmão mais novo, Joaquim Alves, de 3 anos frequentava. A professora Keila Augusto Ferreira Agrizzi disse que não consegue acreditar na tragédia. “Até agora nós estamos tentando acreditar porque para mim parece um pesadelo. Todos estão muito tristes”, disse.

Escola onde Kauã Salles estudava amanheceu de luto. (TV Gazeta)

MORTE DE OUTRO FILHO

Pastores Juliana e George com os dois filhos mortos no incêndio e a filha, que já tinham perdido antes da tragédia deste fim de semana. (Reprodução/Facebook)

O casal de pastores George Alves e Juliana Salles tiveram que lidar recentemente com a morte da filha pequena, há aproximadamente 1 ano e meio, por causa de uma enfermidade, revelou o pastor Eufrásio Marques, amigo da família. "Agora, com essa fatalidade, a gente está pedindo que o Espírito Santo possa estar nos sustentando. Nós estamos muito abalados com essa informação", afirmou Eufrásio.

'DEUS VAI RESTAURAR NOSSOS CORAÇÕES'

Exemplos de fé. Com esta frase, fiéis da Igreja Batista Vida e Paz, de Linhares, descrevem os pastores George Alves e Juliana Salles depois de perderem os filhos Joaquim e Kauã. No mesmo dia da morte dos meninos, o casal esteve na igreja e recebeu o carinho dos amigos.

Em um vídeo é possível ouvir o pastor dizendo para os membros da congregação: "Deus vai restaurar os nossos corações. Deus vai restaurar os nossos corações". As imagens foram publicadas no Facebook na noite de sábado (21). O casal recebeu abraços demorados dos fiéis que se reuniram em volta deles na parte da frente da igreja. 

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