O pastor George Alves raspou a cabeça logo após estuprar, bater e colocar fogo no filho Joaquim Alves Salles de 3 anos, e no enteado Kauã Salles Butkovsky de 6 anos. Segundo o Secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Nylton Rodrigues, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, o pastor fez isso como forma de ocultar que não teve os pelos queimados. Porém, na barba não havia nenhum sinal de queimadura.
O secretário explicou que a investigação foi concluída e que o inquérito deve ser enviado ao Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES). Faltam apenas detalhes formais, como fechamento de relatórios, salientou.
RASPOU A CABEÇA
Segundo o secretário Nylton Rodrigues, George Alves raspou a cabeça só para evitar que fosse questionado sobre a falta de queimaduras no cabelo. A barba, no entanto, estava intacta.
Todos tiveram essa percepção no início. Ele não tinha nenhum sinal de queimadura. Ele raspou a cabeça para ocultar que não teve os cabelos queimados e a barba não tinha vestígios de queimadura. Essas características somadas à versão fantasiosa dele acenderam o sinal de alerta de todos os policiais que perceberam que ele estava mentindo e não tinha nenhuma característica de alguém que entrou no incêndio para tirar os filhos, declarou.
ENVOLVIMENTO DA MÃE DESCARTADO
A suspeita de envolvimento da mãe dos meninos, Juliana Salles, está descartada. Foi o que garantiu Nylton Rodrigues ao Bom Dia Espírito Santo. Descartamos qualquer envolvimento. Claro, isso foi investigado, ela foi monitorada. Mas essa investigação descartou totalmente a participação da mãe, explicou.
SUSPEITAS SOBRE OUTRA MORTE
George Alves e Juliana Salles perderam uma outra criança, uma filha pequena, há cerca de um ano e meio. De acordo com Nylton Rodrigues, a Polícia Civil ainda não buscou detalhes sobre essa situação. Nós estamos focados no que aconteceu em Linhares. Nós não avançamos ainda no que aconteceu no passado. Podemos começar a investigar, mas sequer começamos. Mas não há nada que motive isso, declarou.
PASTOR ISOLADO
Nylton Rodrigues explicou que George Alves está preso e não tem acesso a nenhuma informação que foi divulgada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). Ele está isolado. Eu tenho tratado isso com nosso secretário de Justiça. Está em local seguro, para que a integridade física dele seja garantida. Ele não tem essas informações ainda, declarou.
QUEBRA DE SIGILO PARCIAL
Uma das reclamações da defesa do pastor foi a de não ter acesso aos laudos e às perícias da polícia e dos bombeiros para pode ser manifestar. Rodrigues explicou que isso foi devido à determinação da Justiça. O juiz de Linhares determinou uma quebra parcial do sigilo, isso antes de ontem (terça-feira, 22), às 18 horas. Com a quebra de sigilo parcial nós podemos dar as informações em coletiva, mas não podemos ceder ainda os laudos, que serão encaminhados para o Ministério Público do Estado (MP-ES), detalhou.
INFORMAÇÕES SOBRE O CASO
O secretário explicou que houve uma integração entre perícia criminal da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros. De acordo com ele, o trato com a informação é importantíssimo nesses casos. A polícia precisa do tempo dela para trabalhar. Não podemos sair falando que estamos investigando porque não temos certeza. Seria uma irresponsabilidade. Não falamos sobre o caso e não damos entrevista para dar bom andamento à investigação para que através de laudos a gente pudesse falar sobre o caso, declarou.
INVESTIMENTO EM PERÍCIA
Nylton Rodrigues declarou que a grande diferença foi a perícia da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros. Foram 25 perícias em laboratórios e na casa da família, durante 31 dias. O secretário garantiu que serão investidos R$ 35 milhões para a construção de um complexo de perícia criminal. Nós sabemos que diante desses casos complicados o diferencial é a perícia, com os laudos, que vão produzir a clareza e determinar a autoria e como aconteceu aquele crime.
SECRETÁRIO SURPRESO
30 anos e 4 meses de profissão e nunca vi um caso como esse. Comecei na polícia com 17 anos de idade. O Estado do Espírito Santo nunca viu algo do tipo. Temos que sentir dor e orar pelas crianças, finalizou.
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