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Tragédia em Linhares: pastor usou combustível para acelerar incêndio

Tragédia em Linhares: pastor usou combustível para acelerar incêndio

George Alves mentiu à polícia sobre a forma como o incêndio aconteceu; crianças estavam vivas quando foram incendiadas

Publicado em 23 de maio de 2018 às 16:36

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Tenente-coronel Ferrari, do Corpo de Bombeiros. (Mayra Mendonça)

O pastor George Alves mentiu à polícia sobre a forma como o incêndio aconteceu e usou combustível para que o fogo se propagasse mais rápido. As informações foram repassadas em coletiva de imprensa sobre as investigações do caso na manhã desta quarta-feira (23). O trabalho do Corpo de Bombeiros e as investigações da Polícia Civil revelaram que os irmãos Joaquim Salles Alves, de 3 anos, e Kauã Salles Butkovsky, de 6 anos, foram encontrados no foco inicial do incêndio, na noite do dia 21 de abril.

Logo após o incêndio, George Alves chegou a afirmar que o fogo teria começado no ar-condicionado e que ele teria escutado os gritos das crianças. O cenário que o Corpo de Bombeiros encontrou no dia do incêndio, no entanto, é completamente diferente do que relatou o pastor.

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As crianças foram encontradas no foco inicial do incêndio, onde o fogo se desenvolveu mais. Isso é incomum num incêndio. Geralmente, as vítimas tentam se distanciar do fogo. As crianças estarem no local do incêndio, não terem fugido, é uma explicação de que elas estariam inconscientes. Mas ele (o pastor) disse que ouviu os meninos chamando por ele e isso já nos alertou

Tenente-coronel Ferrari
Aspas de citação

Ainda de acordo com o Tenente-coronel, o incêndio aconteceu muito rápido. As investigações mostraram que George ateou fogo nas crianças vivas, porém desacordadas, e usou combustível para acelerar o incêndio. 

"Estavam vivas e morreram rapidamente, foram expostas ao fogo rapidamente. A destruição do cômodo aconteceu tão rápido e antes da ventilação. A hipótese de incêndio do senhor Georgeval não bate com a velocidade do incêndio, caso se iniciasse pelo ar-condicionado. Tentamos reproduzir no computador esse incêndio começando pelo ar-condicionado, reduzimos o ponto de ignição do combustível, diminuímos o tempo da janela se quebrar e, mesmo com esses ajustes, não há possibilidade para esse incêndio ter acontecido tão rápido sem o uso de acelerantes", detalhou.

Quando os bombeiros chegaram ao local, o quarto estava completamente destruído. O Tenente-coronel explicou como tudo aconteceu.  

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"Quando a guarnição chegou encontrou uma destruição muito grande do cômodo. Eram três colchões em uma cama beliche com cama auxiliar. Só a cama debaixo estava com algum vestígio. Por volta de 2h20 da manhã, a porta do quarto foi aberta. 2h22 a fumaça saiu pela janela. Então o incêndio se desenvolveu com mais intensidade. Dois minutos depois, chegou o carro com dois rapazes para tentar entrar no quarto. Depois a janela se quebra, dá mais oxigênio para o fogo ficar mais forte. 2h30 o Corpo de Bombeiros chegou. Quando a guarnição chegou já não havia mais cama e nem escrivaninha, só fogo no armário", explicou.

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