As 12 famílias restantes que vivem às margens do Rio Pequeno, em Linhares, região Norte do Estado, e estavam resistindo em sair, aceitaram deixar as casas até as 8 horas da manhã deste sábado (22), para que sejam feitas as obras de rebaixamento do canal para aumentar a vazão da água acumulada da lagoa Juparanã para o Rio Pequeno. Até agora, 44 famílias, do total de 56, já se deslocaram para hotéis ou casas alugadas pela Fundação Renova.
Na tarde desta sexta-feira (21), foi assinado um termo de acordo com representantes dos moradores, da Fundação Renova e da Defensoria Pública com as condições propostas pelas famílias para que pudessem deixar suas casas. A Renova aceitou na íntegra as proposições dos moradores.
Dentre as proposições estão: o adiantamento da indenização para comerciantes e donos de casas alugadas que sofreriam com as perdas de renda imediatas por conta da desocupação, que deverão receber o valor de R$ 5 mil em até 5 dias úteis; a ampliação de seguranças no entorno das casas, com a colocação de câmeras e vigilantes; a realização de inventário com levantamento dos bens que ficarão nas casas e a realização de laudos e vistoria cautelar das condições estruturais atuais das casas.
Segundo a defensora pública Mariana Andrade Sobral, caso alguma família descumpra o acordo, o canal não poderá ser aberto neste sábado (22), como previsto.
"As famílias se comprometeram a sair e estão indo para hotel e casas alugadas pela Fundação Renova. Caso alguém não saia, o canal não será aberto amanhã e terá que se iniciar outra negociação. A não abertura do canal incorrerá no atraso das obras de escoamento da água que promove o alagamento de algumas regiões, como por exemplo, o patrimônio da lagoa em Sooretama", disse.
As obras no local são necessárias porque o barramento construído de forma emergencial em 2015, para tentar proteger a lagoa do contato com a lama de rejeitos de minério da tragédia em Mariana (MG), corre o risco de se romper e uma vez que o contato entre a lagoa e o Rio Doce se dá através do Rio Pequeno.
A expectativa da Fundação Renova é de que com essa medida de rebaixamento do canal, a vazão alcance 100 m³ por segundo e o nível da Juparanã fique entre 6,5m a 7,5m quando começar o novo período chuvoso.
Além dessas obras, a Renova informou que estão sendo realizadas outras medidas de prevenção para reforçar o barramento, as proteções das encostas e da ponte que cruza o rio Pequeno. Um sistema de monitoramento do nível do rio Doce, da lagoa Juparanã e do rio Pequeno também deverá ser implantada.
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