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Desaparecimento de piloto e empresário em Linhares completa 50 dias

Desaparecimento de piloto e empresário em Linhares completa 50 dias

Quase 50 dias após o sumiço de Mayke Stefanelli Barcellos e Douglas Lana, parentes pedem ajuda da população para encontrar os dois amigos, que sumiram em 21 de setembro sair de Linhares com uma asa-delta motorizada com destino a Bahia

Publicado em 7 de novembro de 2018 às 15:15

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Buscas na Lagoa Juparanã no final de setembro. (Loreta Fagionato)

Sem pistas ou informações concretas, o desaparecimento do piloto Mayke Stefanelli Barcellos e do empresário Douglas Siqueira Lana completa quase 50 dias. Angustiados com o sumiço dos dois amigos, que saíram de Linhares em uma asa-delta motorizada com destino a Bahia, no dia 21 de setembro, familiares pedem doações para custear as buscas particulares e afirmam que as autoridades não atuam mais no caso.

Segundo a irmã do piloto, Jéssica Stefanelli Barcellos, as buscas na Lagoa Juparanã foram concluídas no último sábado (4) e não foi encontrado qualquer vestígio da aeronave. “Os bombeiros dizem que não têm recursos para continuar as buscas e tiveram que devolver o sonar que a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) emprestou. Fomos atrás de uma empresa que se sensibilizou e emprestou o sonar, mas tivemos que pagar pelo trabalho dos técnicos e não temos mais dinheiro. Por isso, pedimos a ajuda da população. Estamos sem apoio das autoridades e temos que correr atrás”, afirmou.

BUSCAS NA MATA

Além de arcar com os serviços dos técnicos que manusearam o equipamento — que escaneia o fundo da lagoa — e de especialistas para examinar as imagens, os familiares necessitam custear o combustível da aeronave de um piloto que faz buscas nas matas da região.

“Um amigo nosso se prontificou para sobrevoar as reservas, mas o combustível é caro. Acreditamos que eles estão na mata, pode ser que estejam mais para frente, perto de Itaúnas, mas a mata é muito fechada”, explicou Jéssica.

Pela terra, buscas são realizadas na Reserva Biológica de Sooretama e na Reserva Natural da Vale por funcionários da mineradora, de acordo com a irmã de Mayke. “Nesta terça-feira (06) estive na Reserva de Sooretama e quem está fazendo buscas na região são os guardas da Vale. Eles estavam em cinco homens. Até achei que não iam procurar esses dias por causa da chuva, mas não pararam. Porém, eles são poucos”, ressaltou.

Além disso, Jéssica elogiou o trabalho do Corpo de Bombeiros, mas defendeu que as buscas não podem parar. “Eles ajudaram, mas já pararam os trabalhos. É a família que está pagando os técnicos e o combustível. Precisamos encontrar o Mayke e o Douglas. É muito angustiante. Meu pai não está bem, ele e o Mayke eram muito apegados, está bem complicado”, lamentou.

DOAÇÕES

Família de piloto pede doações para arcar com buscas. (Divulgação)

Para ajudar a família do piloto e do empresário a custear as buscas, Jéssica fez uma postagem nas redes sociais. “Qualquer valor será bem-vindo. Se o valor for ultrapassado e os meninos forem encontrados, o restante do dinheiro será repassado para alguma instituição de caridade de Linhares”, diz em sua postagem. As duas contas estão no nome de Jéssica Stefanelli Barcellos.

Banco Itaú

Agência: 7864

Conta poupança: 14735-5/500

Caixa Econômica Federal

Agência: 2146

Conta corrente: 22158-7

Operação: 001

O OUTRO LADO

O tenente-coronel Carlos Wagner Borges informou que as buscas pelos desaparecidos é a maior já realizada no Estado e, de acordo com manuais internacionais, já deveriam ter sido suspensas, por conta do longo tempo de procura e do fim da verificação de todos os indícios que apontaram os locais onde os colegas poderiam ter desaparecido. Mas por entender o desespero da família, os militares continuam a procurar pelos dois.

"Esta está sendo a maior busca ininterrupta realizada no Estado. Sensibilizarmos com a dor das famílias, nós mantemos as buscas, apesar de que elas já deveriam ter sido encerradas. Todos os indícios apontam para a Lagoa Juparanã e estamos refazendo todos os trabalhos que já foram feitos ali, para dar satisfação para a família", disse.

Borges informou que desde às 8 horas da manhã desta quarta-feira (07), duas equipes com seis mergulhadores e dois barcos estavam mergulhando em alguns pontos na Lagoa Juparanã. Além disso, brigadistas nas Reservas da Vale e de Sooretama fizeram  uma varredura interna nos locais, desde o desaparecimento.

"Além das nossas equipes, contamos com brigadistas das reservas que trabalham quase 10 horas por dia nas buscas pela mata, desde quando os dois desapareceram", disse.

O tenente-coronel afirmou que não foi possível rastrear os celulares dos desaparecidos e enumerou uma série de imprudências do piloto Mayke Stefanelli. 

"Houve uma imprudência do piloto de utilizar uma aeronave que não é homologada pela Força Aérea Brasileira, que estava sem equipamento de segurança, sem o combustível apropriado determinado pelo fabricante e com excesso de peso. Além disso, o piloto estava com as duas pernas lesionadas e decolou de uma pista não autorizada durante a madrugada de um dia que havia muito vento e muita chuva, diante de alertas meteorológicos, o que não era propício para o voo. Também não foi possível rastrear os celulares deles, porque a família não informou ao Corpo de Bombeiros o ocorrido desde o desaparecimento. Fomos descobrir após 24 horas, através de um terceiro. O outro aparelho, um Android utilizado por Douglas Lana, que chegou a enviar uma foto para a namorada, estava com o localizador desligado. Então, tudo o que pode ser feito, nós estamos fazendo", disse.

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