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Sem coveiro, parentes usam as próprias mãos para sepultar idoso

Sem coveiro, parentes usam as próprias mãos para sepultar idoso

Um dos coveiros está de licença médica e o outro estava ocupado realizando outro sepultamento, de acordo com a prefeitura

Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 23:09

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(Daniele Casagrande)

Uma família precisou abrir uma cova com as próprias mãos para enterrar um parente no cemitério em

, no Noroeste do Estado. Não havia coveiro para auxiliar os familiares em luto.

De acordo com a manicure Daniele de Souza Casagrande, de 21 anos, após a morte do avô, na última segunda-feira (03), Valdivino de Souza, de 92 anos, os parentes encontraram muitas dificuldades para conseguir um local para sepultá-lo. "Meu avô morreu após ficar internado por quatro dias por conta de pneumonia e infecção urinária. Minha família pagava o plano funerário e fizemos o velório na capela disponibilizada pela funerária", disse.

Porém, quando um parente procurou a prefeitura para realizar o sepultamento na terça-feira (04), a resposta que tiveram é de que não havia vagas para abertura de cova. "Disseram que não tinha vaga no Cemitério do Centro e que o mais próximo ficaria a nove quilômetros de distância. Além disso, informaram que teríamos que chegar lá até às 16 horas", disse.

A família então se deslocou ao Cemitério no bairro Mascarenhas e, quando chegaram, lá tiveram uma surpresa nada agradável: não havia coveiro no local para realizar o sepultamento.

"Quando chegamos encontramos uma cova que não estava totalmente aberta e com lixo em volta. Procuramos, mas não encontramos nenhum coveiro lá. Então, meu tio, amigos e populares ajudaram a cavar o restante da cova, colocar o caixão e depois cobrir com terra", contou.

A família, indignada, reclamou do descaso do poder público municipal e registrou imagens de toda a situação. "Ficamos indignados com tanta falta de respeito. A gente já estava de luto, triste, sofrendo e ainda precisou passar por isso. A prefeitura não fez nada e não informou o que aconteceu. Tiramos foto e fizemos vídeo. A própria população disse que essa situação acontece direto com outras famílias", lamentou.

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SECRETÁRIO EXONERADO  

A assessoria da prefeitura de Baixo Guandu informou que o prefeito Neto Barros entendeu que não há justificativa para o ocorrido em Mascarenhas e decidiu exonerar o secretário de Serviços Urbanos Waldyr Moreira. No município, de acordo com a prefeitura, existem dois profissionais coveiros. Porém, um está de licença médica e o outro estava ocupado realizando outro sepultamento. 

O motivo da exoneração do secretário, de acordo com a assessoria, é exatamente o desrespeito com a família enlutada. "O atestado médico de um coveiro não justifica a ausência de outra pessoa da Secretaria de Serviços Urbanos para fazer a cova e prestar a assistência necessária à família", informou.

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Sobre a falta de espaço para abrir novas covas no Cemitério do Centro do município, a prefeitura informou que essa dificuldade existe há cerca de um mês, pois, por ter mais de 70 anos, o cemitério Central possui, em sua maioria, jazigos de famílias de Baixo Guandu, que continuam sendo utilizados para enterrar os corpos. Porém, o local está impossibilitado para abertura de novas covas e sendo assim, a opção da prefeitura tem sido a transferência para outros cemitérios no entorno da cidade, como no bairro Mascarenhas.

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