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Ex-vice-prefeito de Colatina é preso por desvio e lavagem de dinheiro

Ex-vice-prefeito de Colatina é preso por desvio e lavagem de dinheiro

Segundo a Justiça, também participavam do esquema o filho do ex-vice-prefeito e um ex-gerente do Banestes; prejuízo supera R$ 400 mil

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 01:25

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Desvio e lavagem de dinheiro com um prejuízo estimado em mais de R$ 400 mil para financiar campanha para deputado estadual do Espírito Santo. Este é o resumo do que levou o ex-vice-prefeito de Colatina (1997-2000), Sérgio Luiz Tedoldi, a ser detido pela Polícia Federal de Rondônia. A prisão aconteceu na última segunda-feira (11), na cidade de Ariquemes, onde Tedoldi morava havia aproximadamente três anos.

O cumprimento do mandado aconteceu no último dia possível. De acordo com a assessoria da PF, este prescreveria nesta terça-feira (12), depois de dez anos em aberto. Ao receber esta informação, as equipes policiais de Rondônia, então, se empenharam em deflagrar a detenção. O político foi considerado culpado por se apropriar do dinheiro e de títulos de outras pessoas para benefício próprio (Artigo 5º da Lei nº 7.492 de 1986).

Segundo consta na decisão tomada pelo juiz da 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, Daniel de Carvalho Guimarães, a culpabilidade de Sérgio Tedoldi foi alta, pois este angariou recursos financeiros de forma fraudulenta, usando pessoas inocentes que ou confiavam nele ou temiam repressão – já que muitas trabalhavam direta ou indiretamente para ele – para funcionarem como “laranjas” de sua própria campanha.

Por meio de coação destas pessoas próximas ou pelo uso de documentos falsos, ele teria aberto contas em banco e obtido créditos de forma ilegal. Ao todo, teria sido desviado um montante superior a R$ 400 mil em empréstimos. Segundo auditoria interna da instituição financeira, Sérgio teria assinado estes contratos na qualidade de garantidor de tais vítimas – o que comprovaria a ciência dele acerca da inidoneidade das ações.

O desvio de dinheiro contava também com a participação do então gerente da Agência do Banestes de São Silvano, localizada em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Fazendo uso inapropriado do cargo, Jackson José Kretli foi apontado como o principal articulador do esquema, tendo, ele próprio, se beneficiado de alguns créditos. Como réu, também aparece Syro Tedoldi Netto Segundo, filho de Sérgio.

A ação foi movida pelo Ministério Público Federal. As penas estipuladas pela Justiça Federal foram as seguintes: sete anos e nove meses de prisão em regime fechado e pagamento de 240 dias-multa para Jackson Kretli; e seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto e pagamento de 360 dias-multa para Sérgio e Syro Tedoldi. Cada dia-multa foi estabelecida em R$ 200.

Em nota, por meio de informações da secretaria da 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, a Justiça Federal do Espírito Santo afirmou que Syro Tedoldi foi preso em março de 2015. Já a Secretaria de Estado da Justiça (SEJUS) informou que Jackson Kretli cumpre pena na Penitenciária Regional de São Mateus, no Norte do Estado, desde o último dia 25 de janeiro.

Também por nota, o Banestes disse que na época das investigações o banco identificou o ocorrido, analisou o caso e tomou as providências cabíveis. Bem como, desde então, o ex-gerente Jackson Kretli não faz mais parte do quadro de funcionários. A instituição também disse que não divulga informações a respeito de operações e controles internos de segurança.

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A equipe de reportagem Gazeta Online tentou contato com o advogado de Sérgio Tedoldi, mas até o momento não obteve retorno.

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