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Familiares de detentos fecham a BR 101 em protesto em São Mateus

Familiares de detentos fecham a BR 101 em protesto em São Mateus

Manifestantes alegam que os presos da Penitenciária Regional de São Mateus são tratados com truculência, são agredidos e não têm recebido o básico, como kits de higiene

Publicado em 18 de março de 2019 às 14:54

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Manifestantes seguram cartazes contra tortura na Penitenciária Regional de São Mateus. (Internauta)

Uma manifestação de familiares de presidiários interditou por uma hora a BR 101, em São Mateus, região Norte do Estado, na manhã desta segunda-feira (18). Com pneus incendiados, os parentes fecharam a rodovia na altura do quilômetro 71, por volta de 9 horas. Às 10 horas, a via estava liberada.

Segundo os manifestantes, os presos da Penitenciária Regional de São Mateus têm sido vítimas de torturas por parte de inspetores penitenciários e agentes da Diretoria de Operações Táticas (DOT).

Neste final de semana, durante as visitas, os parentes dizem que encontraram os detentos com ferimentos por balas de borracha, olhos inchados por spray de pimenta e até membros quebrados. Além disso, afirmam que os presos não têm recebido o kit higiene há dois meses.

“Eles estão sendo maltratados sem motivo. E nós, familiares, somos humilhados nas visitas. Os diretores sabem o que está acontecendo e não fazem nada. Também procuramos os direitos humanos, mas não tivemos retorno”, denunciou a esposa de um detento, que pediu para não ser identificada.

Após saírem da rodovia, os manifestantes seguiram para a frente da penitenciária com cartazes pedindo o fim das torturas e do abuso de poder. Uma faixa dizia: “Tudo que queremos é que nossos familiares paguem pelos seus erros com dignidade e respeito. Não com opressão e tortura”.

O OUTRO LADO

Em nota, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que os kits higiene são entregues semanalmente aos internos e o único item que não constava era o barbeador, que há uma semana voltou a ser fornecido.

“A Sejus ressalta que a unidade recebe visitas quinzenais do Juiz de Execução Penal, que realiza inspeção de todo o serviço prestado na unidade, conversando com os internos inclusive sobre a questão de sua segurança pessoal. Do mesmo modo, a unidade mantém um canal aberto para recebimento de denúncias e não há queixa recente de agressão a internos por parte de agentes”, diz a nota.

Além disso, a nota destaca que há um registro de agressão entre os presos na última semana, quando foi aberto um procedimento administrativo disciplinar para apurar o caso. “A Sejus ressalta que qualquer denúncia pode ser registrada junto à Corregedoria da pasta”, finaliza a secretaria.

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