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Linhares: famílias são retiradas de casa por risco de rompimento de barragem

Linhares: famílias são retiradas de casa por risco de rompimento de barragem

Estudos realizados por uma consultoria técnica especializada apontaram riscos estruturais no barramento construído em 2015 para impedir a passagem de rejeitos de minério do Rio Doce para a Lagoa Juparanã. Ao todo, 28 famílias serão tiradas de suas casas na Avenida Beira-Rio, no Centro

Publicado em 18 de março de 2019 às 15:21

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Barragem entre a Lagoa Juparanã e o Rio Pequeno, onde foi aberto canal para escoar água. (Carlos Palito - TV Gazeta)

Vinte e oito famílias estão sendo retiradas de suas casas em Linhares, Região Norte do Estado, por risco de rompimento da barragem do Rio Pequeno. A remoção dos moradores da Avenida Beira-Rio, no Centro, começou neste domingo (17) e é realizada pela Fundação Renova e a Defesa Civil Municipal.

Segundo a Renova - fundação criada para executar a reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem de Mariana, em Minas - os moradores estão sendo levados inicialmente para hotéis como uma medida de precaução máxima, e após análise de cada caso, será definida em conjunto com essas famílias a melhor solução para a moradia provisória. Isso porque estudos realizados por uma consultoria técnica especializada e divulgados na última sexta-feira (15), apontaram riscos estruturais no barramento, que foi construído em 2015 para impedir a passagem de rejeitos de minério do Rio Doce para a Lagoa Juparanã.

“As famílias foram comunicadas, orientadas e serão acolhidas em todas as suas necessidades e demandas. A Fundação Renova reitera o seu compromisso com a garantia da segurança das famílias”, diz a nota.

A Fundação Renova disse ainda que qualquer intervenção no barramento só poderá ser realizado com autorização judicial e após a redução do nível da água com o fim do período chuvoso entre os meses de abril e maio.

AUDIÊNCIA JÁ TINHA REVELADO RISCOS DE ROMPIMENTO

Uma Audiência Pública realizada no dia 13 de setembro do ano passado, apontou que já existiam riscos de rompimento da barragem no Rio Pequeno. O alerta foi feito pela empresa Aecom do Brasil que disse haver risco grave de rompimento das barragens emergenciais construídas na região.

O encontro tinha como objetivo apresentar aos moradores o panorama dos trabalhos realizados na Barragem do Rio Pequeno e o Plano de Contingência elaborado para resguardar a integridade das famílias.

FAMÍLIAS JÁ FORAM RETIRADAS OUTRAS VEZES

No dia 22 de setembro de 2018, 56 famílias que moram na região foram retiradas de suas casas para a abertura de um canal no Rio Pequeno. Na época, foi assinado um acordo entre as famílias, a Fundação Renova e a Defensoria Pública para que a obra fosse feita no local.

No documento, aceito na íntegra pela Fundação Renova, os moradores pediram o adiantamento da indenização e a ampliação de segurança no entorno das casas, com a colocação de câmeras e vigilantes, além do inventário com o levantamento dos bens que ficaram nas residências.

O canal aberto no Rio Pequeno foi uma alternativa para escoar a água represada no rio o que estava ocasionando registros de alagamentos em algumas regiões da cidade, principalmente as que ficam às margens da lagoa Juparanã.

No dia 22 de setembro, com a desocupação das casas conforme previsto no acordo, o canal foi aberto, dando vazão a 100 m³ por segundo, mantendo o nível da Juparanã entre 6,5m a 7,5m.

CONSTRUÇÃO DO BARRAMENTO

Após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), uma decisão judicial determinou a construção de um barramento emergencial para impedir que as águas do Rio Doce, contaminadas, entrassem em contato com a Lagoa Juparanã. De acordo com a Renova, a barragem é temporária e está instalada devido a seguidas determinações judiciais. Isso teria agravado a ocorrência de alagamentos na região.

Ainda de acordo com a nota da Renova, o barramento de Linhares é monitorado todos os dias, seguindo procedimentos de segurança. A fundação afirma que a atuação para garantir a segurança da estrutura da barragem e das famílias que moram no entorno é feita por profissionais de diversas áreas, como Infraestrutura, Engenharia, Saúde, Proteção Social, Meio Ambiente, Segurança e Contingência.

“Além dos monitoramentos hidrométricos realizados na região e sete pontos da bacia do Rio São José e Lagoa Juparanã, é realizado checklist diário de monitoramento da estrutura”, finaliza a nota.

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