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Peixes agonizam após intervenção no Rio Pequeno, em Linhares

Peixes agonizam após intervenção no Rio Pequeno, em Linhares

Após a construção de uma estrutura chamada de ensecadeira, peixes e camarões apareceram mortos ou lutando para respirar nas águas do rio. Fundação Renova afirma que animais são acompanhados e resgatados

Publicado em 23 de junho de 2019 às 20:41

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Quem passava pela ponte do Rio Pequeno, em Linhares, região Norte do Estado, na manhã deste sábado (22), se assustou com a grande quantidade de peixes que agonizavam ou que já boiavam nas águas, sem vida. Isso aconteceu após uma nova obra para a construção de uma estrutura chamada ensecadeira, próximo à barragem.

Segundo a Fundação Renova, a ensecadeira foi construída entre o Rio Doce e o Rio Pequeno no último dia 12. A estrutura é provisória e facilita a execução de obras a seco no interior do canal, em áreas que estão submersas. A recomendação de reforço da barragem foi feita depois que alguns estudos apresentaram riscos no barramento, que foi construído em 2015 para evitar que as águas do Rio Doce, contaminadas com a lama de rejeitos de minério da Samarco, tenham contato com a Lagoa Juparanã.

“A intervenção, que deve durar cerca de 45 dias, faz parte da primeira etapa prevista para a realização dos estudos de viabilidade do rebaixamento do canal. A segunda etapa consiste no reforço da estrutura do barramento, recomendado pela Aecom, auditora interveniente do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que deverá ficar pronto antes do início do período chuvoso”, diz nota da Renova enviada no último dia 17.

INSATISFAÇÃO

No entanto, moradores estão insatisfeitos com a obra, por conta da situação dos peixes. É o caso do comerciante Leonardo Godói.

“Tem muito peixe tentando respirar, eles estão da forma errada tentando capturar esses peixes para soltar do outro lado, com tarrafa de malha errada. É uma tentativa, mas creio que em vão, pela quantidade de peixes. Eles deveriam ter feito essa retirada antes, colocando os peixes para fora e só depois fechar a barragem, mas isso não foi feito. Então, mais uma vez, a gente vai ter uma perda muito grande da população de peixes. Os ribeirinhos estão muito revoltados, porque estão sendo prejudicados e não podem pescar”, afirmou.

INTERVENÇÕES

Em nota, a Fundação Renova esclareceu que realiza as intervenções para o rebaixamento do canal do Rio Pequeno seguindo as recomendações do Ministério Público.

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“Para minimizar os impactos à fauna aquática da região, todo processo é acompanhado por uma equipe especializada em resgate, que monitora a região represada e transporta os peixes para locais adequados do rio, que não ofereçam risco à integridade dos animais. Todas as intervenções foram previamente comunicadas e autorizadas pelos órgãos competentes, como a Secretaria de Meio Ambiente”, garante a fundação, por nota.

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