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Com muro de cemitério caído, famílias temem perder túmulos em Colatina

Com muro de cemitério caído, famílias temem perder túmulos em Colatina

Familiares de pessoas enterradas no local estão com medo de que jazigos possam ser levados, no caso de fortes chuvas

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 21:14

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Muro do Cemitério São Vicente I, em Colatina, desabou há três meses e ainda não foi reconstruído. (Douglas Lírio)

Perder um ente querido nunca é fácil, e a atual situação do Cemitério São Vicente I faz com que algumas famílias de Colatina, no Noroeste do Estado, vivam preocupadas e tenham essa dor novamente despertada. Sem parte do muro, que está caído há aproximadamente três meses, pessoas com parentes enterrados no local temem por uma nova perda.

Com o desabamento da estrutura, parte do terreno no qual se encontra o cemitério ficou mais vulnerável e poderia ceder, principalmente no caso de fortes chuvas.

Por consequência, ao menos três jazigos, que estão localizados próximos à abertura do muro, também podem ser levados – e com eles os restos mortais de três famílias.

Muro do Cemitério São Vicente I, em Colatina, desabou há três meses e ainda não foi reconstruído. (Douglas Lírio)

No túmulo do meio, todo feito em granito, estão enterrados os parentes do autônomo Douglas Lírio, incluindo a filhinha dele, que faleceu com apenas dez meses, em decorrência de um problema no fígado. “Lá está o meu pai, que morreu há 21 anos; o meu tio, que se foi há cerca de um ano e meio; e a minha filha, que perdi há quatro anos”, contou.

Apesar de visitar o local aproximadamente três vezes por ano, sendo uma delas sempre no feriado de Finados, quem fez a descoberta foi um primo de Douglas. “Ele foi lá há meses, viu isso e me enviou algumas fotos. Eu ainda não tinha visto. Neste domingo, fui ao cemitério e tudo ainda está praticamente do mesmo jeito”, disse indignado.

Para ele, a palavra que sintetiza a situação é descaso. “É uma coisa tão simples de ser resolvida! É só colocar uma coluna no meio e construir o muro com os blocos de cimento. Com meio dia de serviço eles (administradores do município) resolvem tudo”, defendeu. “Para que ficar prorrogando esse serviço?”, completou.

PREFEITURA CIENTE

Muro do Cemitério São Vicente I, em Colatina, desabou há três meses e ainda não foi reconstruído. (Douglas Lírio)

Em entrevista ao Gazeta Online, a Prefeitura de Colatina admitiu que está sabendo da queda do muro há três meses, mas que tem seguido um cronograma e que outras obras são prioridades por serem demandas judiciais. No entanto, para evitar maiores consequências, informou que fez um caminho de terra por onde a água da chuva pode escorrer.

SEM DATA PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA

De acordo com informações da Secretaria de Obras de Colatina, a previsão é que o projeto seja apresentado nos próximos 30 dias. Quando isso acontecer, o processo passará por todos os trâmites legais, como a licitação para que seja escolhida a empresa que ficará responsável pela reconstrução do muro, o que ainda não tem data para acontecer.

Enquanto isso, a família de Douglas sofre. “A Prefeitura já sabe do problema e não faz nada. Certamente não tem parentes enterrados lá, senão já tinham resolvido. É muita falta de respeito, com as famílias e com o dinheiro público. Espero que o pior não aconteça, porque será muito doloroso, vamos sentir demais”, concluiu.

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