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Delegado que causou batida com morte fugiu com ajuda do pai, diz polícia

Delegado que causou batida com morte fugiu com ajuda do pai, diz polícia

Em entrevista a uma rádio de Minas Gerais, o delegado que investiga o caso afirmou que Adhemar Pereira Fully disse que ficou em choque após a batida e por isso não prestou socorro à vítima

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 16:42

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Delegado Adhemar Pereira Fully, da PCES, colidiu contra a moto de Fernando e fugiu após o acidente; o motociclista morreu. (Reprodução/TV Gazeta)

O delegado titular de Bom Jesus do Norte, Adhemar Pereira Fully, acusado de provocar um acidente com morte em Manhumirim, Minas Gerais, disse que ficou em choque após a batida e por isso não prestou socorro à vítima. Em depoimento à polícia mineira, ele ainda afirmou que teve receio de ficar no local do acidente e que bebeu duas latas de cerveja, de 473 ml cada, duas horas antes da batida.  O motociclista, Fernando José de Oliveira, muito conhecido na região mineira como 'Batata', morreu horas depois no hospital.

Em entrevista a uma rádio mineira na manhã desta quarta-feira (14), o delegado Regional de Manhuaçu, Carlos Roberto Souza, que investiga o caso, garantiu que os vídeos aos quais a polícia teve acesso comprovam que a ultrapassagem irregular feita pelo delegado capixaba foi o que provocou o acidente. A polícia de Minas Gerais agora busca provar se Adhemar Pereira Fully tinha condições de dirigir naquele momento.

"Mostramos os vídeos e ele assumiu que estava na condução do veículo. Questionamos por que ele fugiu do local sem prestar socorro, e ele alegou ter ficado em choque com o acidente e com receio de permanecer no local. Também confirmou que ingeriu bebida alcoólica horas antes do acidente. Através dos vídeos que já foram enviados para a perícia, temos comprovadamente a ultrapassagem irregular e, na sequência, o choque com a motocicleta. Houve homicídio culposo, por ultrapassar em local inadequado. Ele será autuado por homicídio na direção de veículo automotor, e estamos investigando se ele tinha condições de dirigir naquele momento. As primeiras investigações apontam para o fato de que ele não tinha condições de dirigir", declarou o delegado regional de Manhuaçu, que investiga o caso.

CÂMERAS FLAGRARAM ACIDENTE

PAI AJUDOU EM FUGA

Adhemar Pereira Fully não está preso por que não foi detido em flagrante. Entretanto, de acordo com o delegado mineiro que investiga o caso, o delegado capixaba teria recebido voz de prisão de um policial civil pouco tempo depois do acidente, e fugido com a ajuda do pai. 

"Ele (Adhemar) já tinha fugido do local do acidente quando foi abordado por uma motorista enquanto dirigia por uma rodovia. Não sabemos para onde ele pretendia ir, porque o veículo apresentava problemas mecânicos. Um investigador da polícia civil que mora ali perto e, estava de folga, foi chamado por populares e procurou entender o que tinha acontecido para o veículo estar naquele estado. Os testemunhos dizem que o acusado não conseguia se explicar direito, estava nervoso, chorando e com sinais de embriaguez. Ao fazer contato com a PM e descobrir que se tratava de um delegado de polícia, o policial civil solicitou a arma do acusado. Foi nesse momento que um carro preto parou ao lado, abriu a porta e retirou o acusado do local. O pai do acusado compareceu à delegacia e disse que foi ele quem deu fuga ao filho, mas estamos investigando, já que muitos carros passaram por ali", afirmou o delegado que investiga o caso.

Acusado de provocar o acidente, o delegado capixaba se apresentou à polícia mineira na noite de domingo (11), um dia depois do acidente. "Ele foi perseguido, capturado e subtraído da ação da polícia. Continuaram as buscas e ele não foi localizado, infelizmente isso acontece. A partir do momento que o investigado vai à delegacia, se apresenta espontaneamente, faltam requisitos exigidos pela lei para que ele seja mantido preso", justifica Carlos Roberto Souza.

Vídeos compartilhados via WhatsApp e enviados ao Gazeta Online mostram o carro envolvido em acidente com morte em Manhumirim, Minas Gerais, momentos antes de ser abandonado na MG 111. 

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Delegado diz que ficou em choque e por isso não prestou socorro

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