> >
Diretor jurídico da Associação de Cabos e Soldados é preso no ES

Diretor jurídico da Associação de Cabos e Soldados é preso no ES

O militar foi indiciado pelo crime de duplo homicídio e encaminhado ao Quartel da Polícia Militar, em Maruípe

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 22:45

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Delegado Rodrigo Sandi Mori e policiais da DCCV da Serra, acompanhados por militares da Corregedoria da PM, foram até a casa de Fábio, no bairro Ataíde, em Vila Velha, onde o prenderam. (Fernando Madeira | GZ)

O diretor jurídico da Associação de Cabos e Soldados Militares do Estado (ACS-ES), soldado Fábio Silva de Souza, foi preso, na manhã desta segunda-feira (19), acusado de ter matado dois homens, no bairro Valparaíso, na Serra.O mandado de prisão, expedido pela 3ª Vara Criminal do município, foi cumprido por policiais da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) da Serra.

O crime aconteceu no dia 2 de fevereiro de 2015. O delegado Rodrigo Sandi Mori, titular da unidade e que chefiou as investigações, contou como o fato ocorreu, após análise de imagens de câmeras de videomonitoramento de empresas da região, além do depoimento de testemunhas.

Diretor jurídico da Associação de Cabos e Soldados é preso no ES

O soldado alegou que estava no ponto de ônibus, quando os dois indivíduos, identificados como Alfredo de Souza Garcia e Keivid Rosa Carvalho, ambos de 21 anos, chegaram de bicicleta. Eles teriam anunciado um assalto, momento em que o PM reagiu, sacando a arma, uma pistola ponto 40.

“Ele confessa o crime. Alega que estava no ponto, quandoos dois indivíduos se aproximaram dele, anunciaram o assalto e ele teria reagido e matado os dois. Ele atirou primeiro na testa de um, que morreu na hora, e depois baleou o que estava perto dele, recarregou a arma e efetuou mais disparos”, afirmou.

Após executar os dois bandidos, o militar ainda subiu na bicicleta deles e foi embora, levando o veículo. Desde então, três anos após o fato, o soldado nunca havia comunicado a nenhuma autoridade o que aconteceu.

“O policial militar não comunicou o fato ao Ciodes, no dia do crime, e nem à Corregedoria da PM. Se passaram três anos e ele não havia comunicado a ninguém. Em razão disso, foi solicitado o mandado de prisão temporária dele, para termos a versão dos fatos, que até então ele não tinha falado com ninguém”, ressaltou o delegado Sandi Mori.

Após a morte da dupla, as investigações foram iniciadas e o nome do soldado Fábio chegou em uma das denúncias. O chefe da DCCV da Serra confirmou se ele ainda pertencia aos quadros da PM e oficiou à Corregedoria para que a arma que o militar utilizava fosse periciada.

“O resultado deu positivo, tanto para os projéteis extraídos dos corpos das vítimas, quanto das cápsulas coletadas no local”, destacou o delegado.

Ponto de ônibus na Serra em que dois criminosos foram mortos. (Marcelo Prest | Arquivo | GZ)

Na manhã desta segunda-feira, Sandi Mori e policiais da DCCV da Serra, acompanhados por militares da Corregedoria da PM, foram até a casa de Fábio, no bairro Ataíde, em Vila Velha, onde o prenderam.

No local, ainda foi apreendida uma réplica de pistola. De acordo com o delegado, o soldado não deu nenhuma justificativa para a quantidade de tiros disparados contra os assaltantes.

O militar foi indiciado pelo crime de duplo homicídio e encaminhado ao Quartel da Polícia Militar, em Maruípe.

OUTRO LADO

O advogado da Associação de Cabos e Soldados Militares do Estado (ACS-ES), Tadeu Fraga, se manifestou em relação à prisão do soldado Fábio Silva de Souza. Segundo ele, a prisão foi uma forma de proteger a investigação e garante que o diretor jurídico da ACS, função que exerce desde 2016, está disposto a ajudar nas investigações do caso.

“Foi uma prisão temporária, de 30 dias, decretada pela 3 ª Vara Criminal da Serra, que serve para proteger uma investigação em andamento na Delegacia de Crimes Contra a Vida da Serra. A investigação se desenvolve desde 2015 e só agora identificou o Fábio como indiciado. Ele está colaborativo com as investigações”, afirmou.

Este vídeo pode te interessar

Ainda segundo Fraga, o soldado alega não ser culpado e espera que tudo seja esclarecido. “Ele está confiante de que o resultado da investigação vai revelar quais foram as circunstâncias do fato e alega inocência”, concluiu.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais