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Muros são pichados com ameaças a delegado em Central Carapina

Muros são pichados com ameaças a delegado em Central Carapina

Delegado Rodrigo Sandi Mori era quem comandava a ação policial que terminou com a morte de Deusimar Lucas Cunha Neves, 18 anos, que morava no bairro

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 18:29

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Ameaças a delegado em Central Carapina, na Serra. (Caíque Verli | CBN)

Muros do bairro Central Carapina, na Serra, amanheceram cobertos com ameças ao titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida do município , o delegado Rodrigo Sandi Mori. Era ele quem comandava a ação policial que terminou com a morte de Deusimar Lucas Cunha Neves, 18 anos, na tarde de terça-feira (20).

Frases como "Vai morre Sendimori (sic)", "Sedimori tá jurado (sic)" e "Bala no Sandimore (sic)" apareceram pichados nesta quinta-feira (22) nos muros do bairro. Há ainda muitas mensagens de luto por Deusimar, que foi atingido por oito tiros na porta de uma casa onde a polícia ia cumprir um mandado de prisão. O alvo do mandado era Paulo Sérgio de Oliveira Júnior, 25 anos, que escapou da polícia. Ele é procurado por cinco homicídios. 

Ameaças a delegado em Central Carapina, na Serra. (WhatsApp | Gazeta Online)

BAIRRO "FANTASMA"

Central Carapina amanheceu novamente com escolas e a maior parte do comércio fechados pelo terceiro dia consecutivo depois do confronto entre bandidos e policiais. Com medo, moradores evitam sair de suas casas. O posto de saúde do bairro está funcionando com dois médicos e um enfermeiro, para casos de necessidade. A circulação de ônibus acontece apenas com escolta policial.

Apenas uma escola abriu na manhã desta quinta-feira (22), o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Central Carapina, mas os pais não levaram os alunos. A Escola Municipal Antônio Vieira de Rezende e a Escola Estadual Jones José do Nascimento não abriram. As três escolas abreiram à tarde, segundo a prefeitura e a Secretaria Estadual de Educação (Sedu).

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A situação do posto de saúde no bairro ainda não está totalmente normalizado. O local estava fechado por falta de energia, e agora permanece parcialmente aberto. O responsável pela atenção básica, Neylson Matos Monte, afirma que a intenção é abrir o atendimento completamente o quanto antes. Dois médicos estariam a caminho e o serviço da farmácia está funcionando. Neylson informa, ainda, que há um enfermeiro para aferir pressão e fazer exame de glicemia.

A situação ainda é de incômodo para o servidor, como explica o responsável pela atenção básica. A normalização do comércio, segundo Neylson, deve começar na parte da tarde.

"Hoje temos o comprometimento da Polícia Militar e é vontade nossa abrir o quanto antes. O comércio parou porque a situação é de muito incômodo e o servidor está muito temeroso. O secretário de Saúde está na unidade reunido com algumas lideranças da comunidade no intuito de fazer uma parceira. Nosso interesse é que o trabalho aconteça de forma segura para ambas as partes", explica Neylson.

Central Carapina continua com ruas desertas

A PM e a Polícia Civil continuam presentes nas ruas, e a circulação de ônibus no bairro se mantém apenas com escolta policial.

MEDO ENTRE MORADORES 

A maioria dos moradores teme conversar com a reportagem e resume apenas a dizer que a situação está tranquila, como um que prefere não ser identificado. "Para mim é normal. Todo bairro tem violência, então está a mesma coisa", acrescentou. 

Policiais continuam em Central Carapina. (Bernardo Coutinho )

Um outro morador, que prefere não ser identificado por medo de represálias, diz, no entanto, que a situação no bairro não é tranquila, mesmo com a polícia no local. Isso porque depois que a PM deixar a região, tudo volta como antes. Ele disse que chegou a ver homens armados na rua, mesmo com os policiais presentes na região. 

"Rapaz, está meio complicado ainda. Acho que se os homens saírem o bicho pega. A gente vê o pessoal saindo armado, mesmo com os policiais. Hoje mesmo vi um rapaz armado com um três oitão (calibre 38)", relatou. 

Ele acrescenta que tem medo ao chegar em casa, já que

Pastor pediu pela segurança do bairro, em igreja na Avenida Brasil, a principal. (Kaique Dias )

trabalha até o final a noite. "Eu saio de casa agora e só volto por volta de 22 horas. Chego aqui quase 23 horas. A gente fica até com medo de descer aqui", destacou, acreditando que a se a polícia sair, a situação tende a piorar, como antes. 

No final da manhã, uma igreja do bairro fez um momento de oração, pedindo paz pela região de Central Carapina. O pastor reuniu mais de vinte pessoas, que gritavam alto a todo momento pedindo paz. 

 

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