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Ladrão é preso 13 vezes e nem a polícia sabe o nome dele

Ladrão é preso 13 vezes e nem a polícia sabe o nome dele

Acusado de vários arrombamentos em Jardim Camburi, criminoso já é mestre em confundir a polícia

Publicado em 13 de março de 2018 às 02:12

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Preso é acusado de arrombamentos em Jardim Camburi. (Divulgação/Polícia Civil)

Um nome para cada crime: hoje ele se chama Fabiano, mas amanhã pode ser que atenda pelo nome de Rogério. É dessa forma que um criminoso conseguiu ser autuado 13 vezes pela polícia, sempre apresentando uma identidade diferente.

O bandido de múltiplos nomes foi preso em flagrante pela Polícia Militar, no dia 24 de fevereiro, quando tentava arrombar uma churrascaria no bairro Jardim Camburi, em Vitória. No momento da autuação, o criminoso informou um nome. Já durante a Audiência de Custódia, em Viana, ele informou outra identidade. Por causa disso, o juiz não revogou a prisão do acusado.

Além de arrombar a churrascaria, o criminoso já era procurado pela polícia por outros crimes na região, realizados entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano.

Segundo a polícia, ele teria arrombado uma mesma padaria duas vezes, além de três lojas de roupas. Na padaria, ele roubava chocolates e cigarros. “Os produtos roubados, ele trocava em drogas para sustentar o vício”, disse o delegado Márcio Braga.

O delegado explicou ainda que conseguiu chegar ao criminoso após ter acesso às imagens de câmeras de segurança de uma loja que havia sido arrombada na região.

MÚLTIPLAS IDENTIDADES

Na tarde desta segunda-feira (12), o bandido foi levado até a Delegacia de Jardim Camburi para prestar depoimento sobre as outras acusações. Na unidade policial, ele se identificou primeiro como Rogério. Porém, minutos depois, disse que, na verdade, se chama Fabiano Alves da Silva Souza, e tem 38 anos.

A partir daí, o delegado resolveu investigar a ficha do suspeito e descobriu que ele já apresentou 13 nomes à polícia desde 2002. Ele também forneceu 10 nomes diferentes de pais e 13 de mães.

Apesar de variar os nomes, os sobrenomes eram sempre os mesmos: Alves da Silva Souza. “Ele costumava dar nomes diferentes ao ser preso. Quando repetia uma identificação, mudava a filiação para não ser descoberto”, explicou o delegado.

Fabiano, que já responde pela tentativa de furto à churrascaria, agora será indiciado por mais quatro furtos, além de falsidade ideológica. “Ele vai ficar detido até conseguirmos identificá-lo”, disse Márcio Braga. O delegado explicou que o rapaz não tem carteira de identidade registrada no Estado, o que dificulta a identificação, mas garantiu que as investigações já estão em andamento.

Imagem de uma câmera de videomonitoramento flagrou ação de criminoso em Jardim Camburi, Vitória. De acordo com a polícia, ele arrombava comércio para trocar produtos por drogas. (Reprodução)

CASOS DE BANDIDOS COM MAIS DE 30 REGISTROS

Casos como o do criminoso preso em Jardim Camburi, que já passou pela polícia 13 vezes usando nomes diferentes. não são incomuns. É o que afirma o superintendente de Polícia Técnico-Científica, Danilo Bahiense. “Já tivemos casos de pessoas que apresentaram mais 30 nomes falsos ao serem presos”, disse Danilo.

Ainda segundo o superintendente, existe um banco de dados nacional onde seria possível consultar a real identidade do criminoso, mas o sistema está fora do ar há mais de seis meses. “O banco nacional de impressões digitais está fora do ar. Aqui no Estado, ele não tem carteira de identidade”, disse. De acordo com o delegado Márcio Braga, todo o processo de tentativa de identificação do preso foi realizado manualmente na tarde de ontem. “Não temos um sistema automatizado, é tudo manual. Ele foi pego porque vimos que ele já tinha passado nome falso uma vez e começamos a procurar as impressões digitais”, disse.

O delegado disse ainda que a identificação pode ter sido dificultada também pelo fato de as passagens de Fabiano pela polícia terem começado em 2002. “O primeiro registro é muito antigo. O sistema de consulta era ainda pior”, disse.

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Apesar da emissão das carteiras de identidade ser de responsabilidade de cada Estado, não existe uma restrição legal à solicitação de outra cédula em outro Estado. Dessa forma, é possível ter mais de um documento de identidade de unidades federativas diferentes com numerações diferentes, todos totalmente válidos em todo o país.

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