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Pistoleiro mais procurado da Serra é preso

Pistoleiro mais procurado da Serra é preso

Paulo Sérgio de Oliveira Júnior, o Docinho, de 25 anos, estava com seis mandados de prisão em aberto por homicídios e tentativas de assassinato

Publicado em 27 de março de 2018 às 16:45

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Paulo Sérgio de Oliveira Júnior, o Docinho, de 25 anos. (Polícia Civil | Divulgação)

Na ficha criminal estão seis mandados de prisão, quatro deles por assassinatos marcados pela frieza e muitos tiros. Ele é considerado o braço armado de traficantes do bairro Central Carapina e o bandido mais procurado da Serra. Esse é Paulo Sérgio de Oliveira Júnior, o Docinho, de 25 anos, um pistoleiro do tráfico de drogas que foi preso pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCVV) da Serra, na manhã desta terça-feira (27).

Paulo Sérgio integrava a gangue da Vala, uma das facções do tráfico de drogas que agia em Central Carapina, considerado o bairro mais violento do Estado em 2017. O duelo entre criminosos visava o domínio das bocas de fumo.

A função de Paulo Sérgio no grupo era objetiva: matar. “Ele era morador de Jardim Carapina e migrou para Central após desentendimentos. Chegou como um qualquer, mas foi bem recepcionado e passou a matar para ganhar poder dentro da gangue. Nas execuções, ele sempre era o que atirava nas vítimas”, explicou Rodrigo Sandi Mori, titular da DCCV da Serra.

Neste ano, Paulo Sérgio cometeu dois assassinatos. Um deles foi o de Luiz Fernando Gomes de Souza. “A vítima foi retirada de dentro de casa, colocada de joelhos no meio rua e executada com tiros, na frente da família”, descreveu o delegado.

ATAQUES

Em fevereiro deste ano, após a prisão do chefe da gangue da Vala, Paulo Sérgio passou a fazer terrorismo no bairro. Ele fez mais de 100 disparos no meio da rua, atingindo sete casas. Um morador que estava dentro de uma dessas residências foi atingido no peito, a centímetros do coração.

O detido já trocou tiros com a Polícia Militar duas vezes e possui duas passagens por tráfico de drogas. Paulo Sérgio também já virou réu em uma tentativa de homicídio que cometeu em 2016 e em três assassinatos.

“É um indivíduo de alta periculosidade. Não mata com um ou dois tiros, faz execuções com 15 tiros pelo menos e é temido pelos moradores. Ele não podia continuar no convívio da comunidade. Acreditamos que essa prisão possa dar um pouco de tranquilidade aos moradores de Central Carapina”, pontou Sandi Mori.

Em depoimento na DCCV Serra, Paulo Sérgio confessou ser autor apenas da morte de Luiz Fernando, executado na rua.

"QUESTÃO DE HONRA PRENDÊ-LO"

O foco da DCCV Serra era prender Paulo Sérgio desde o início de 2018. Porém, a caçada policial foi intensificada no último mês depois do confronto que acabou na morte do comparsa dele.

“Tentamos prendê-lo duas vezes, era uma questão de honra colocá-lo na cadeia. Passamos a intensificar o monitoramento pois ele mudava constantemente de lugar e recebia abrigo em Vitória também. Porém, nesse acompanhamento, ele passou dois dias seguidos em Jardim Carapina, tempo suficiente para que pudêssemos armar uma operação e prendê-lo”, detalhou o Sandi Mori.

Ao todo, 16 policiais participaram da operação coordenada de perto pelo delegado. A residência foi cercada pela equipe, mas Paulo Sérgio foi encontrado dentro de um quarto, onde tentou se esconder dos policiais.

Após prestar depoimento, ele foi encaminhado para o Centro de Triagem de Viana.

MORTE E TOQUE DE RECOLHER NO BAIRRO

Uma das empreitadas da DCCV Serra para prender Paulo Sérgio acabou no enfrentamento com o bando dele. O alvo escapou, mas o comparsa de Paulo Sérgio, Deusimar Lucas Cunha Neves, 18, ameaçou atirar e foi atingido por tiros pelos policiais, no dia 20 de fevereiro. 

A morte provocou revolta entre os parentes dele, que apedrejaram viaturas da polícia e fecharam a BR 101 para protestar.

Dois dias antes do confronto, Paulo Sérgio e Deusimar tinham assassinado um adolescente no bairro. A arma usada no homicídio foi encontrada com Deusimar.

Traficantes revoltados com a morte de Deusimar ordenaram toque de recolher que durou três dias. Bandidos atiraram nos postes e deixaram parte das moradias do bairro sem energia e escolas tiveram que fechar as portas. O posto de saúde também fechou.

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Ameaças contra a vida do delegado Rodrigo Sandi Mori foram pichadas em muros e também expostas em redes sociais. O autor da pichação, que também é amigo de Paulo Sérgio e que possuía mandando de prisão em aberto por homicídio, Lucas Paixão Lopes, 19, foi preso 20 minutos depois da postagem, pelo próprio delegado.

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