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Polícia identifica bandido violento que aterroriza Jardim da Penha

Polícia identifica bandido violento que aterroriza Jardim da Penha

João Vitor Almeida da Silva é procurado após invadir a casa de um advogado e fazer reféns, durante um assalto no início do mês

Publicado em 20 de abril de 2018 às 19:27

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João Vitor é apontado pela polícia como o bandido que tem tirado a paz dos moradores de Jardim da Penha. (Divulgação | Polícia)

Um criminoso vem causando pânico a moradores da Rua Maria Eleonora Pereira, em Jardim da Penha, Vitória. O suspeito, João Vitor Almeida da Silva, de 20 anos, já deixou pelo menos seis vítimas, sendo três delas da mesma família, que foi feita refém pelo assaltante dentro do próprio apartamento.

Polícia identifica bandido violento que aterroriza Jardim da Penha

O crime aconteceu no último dia 2 de abril, em plena luz do dia, em horário de pico, ás 17h20. Um advogado de 29 anos morador do local, contou que estava em casa com dois parentes, quando foi surpreendido.

O bandido, armado com uma pistola, havia rendido a faxineira do prédio ao lado e, como não conseguiu acesso a nenhum apartamento, acabou pulando o muro do condomínio e tendo acesso ao prédio do lado.

"Ele já caiu direto na minha casa, que fica no primeiro andar e tem um quintal. Primeiro ele rendeu uma familiar minha com uma pistola. Aí eu ouvi uma movimentação estranha, fui lá, e também fui rendido. Depois mandou que eu chamasse meu outro familiar que estava dentro de casa e nos fez reféns", contou.

João Vitor ficou alguns minutos no apartamento e, de acordo com o advogado, a todo momento ameaçava atirar e exigia pertences de valor das vítimas. O bandido conseguiu levar dois celulares e R$ 200,00 em dinheiro.

Com medo da polícia ter sido acionada, ainda levou um dos parentes da vítima até a portaria, com a intenção de fazer escudo humano, caso precisasse. Ao ver que não havia nenhuma viatura da porta do prédio, o criminoso foi ainda mais ousado.

Para fugir, tentou furtar uma moto na porta de uma loja de material de construções. Como o alarme disparou, populares que viram a cena se aproximaram. João Vitor teria sacado a arma e ameaçado a todos, que se afastaram. Em seguida, roubou as chaves de outra motocicleta e conseguiu escapar.

VEJA VÍDEO

 

O advogado contou que, além dele e os dois parentes, pelo menos outras três pessoas já teriam sofrido com a ação do bandido. 

"Tivemos relatos de que ele invadiu e foi pulando uma sequência de uma casa e três prédios. Foi indo de um em um. Furtando e rendendo moradores. Aí nesse dia ele pediu um Uber para fugir, com o celular de uma moradora, e foi até o Parque Moscoso", contou. 

INVESTIGAÇÃO

A ocorrência do assalto ao advogado de 29 anos, em Jardim da Penha, foi registrada na Delegacia de Polícia de Goiabeiras. 

O delegado Isaías Tadeu Vieira, titular da unidade, confirmou as informações passadas pela vítimas e colheu imagens das câmeras de videomonitoramento do prédio da vítima, além de imagens do comércio onde ele roubou a moto para fugir.

"Nós fizemos esse trabalho de investigação, ouvimos o depoimento da vítima, que nos contou como foi rendida dentro do próprio apartamento. Além disso, coletamos todo o material e conseguimos fazer a identificação desse rapaz, o João Vitor Almeida da Silva", afirmou.

O delegado destacou a vida de crimes de João Vitor. O assaltante possui um mandado de prisão em aberto, após ter sido condenado por um sequestro e um assalto cometidos no mesmo dia, quando ainda era menor.

"A gente está realizando um trabalho para tentar pegar esse bandido, mas ele é muito arisco. No endereço que procuramos ele não fica muito. Vou representar por mais um mandado de prisão contra ele, por esse crime de Jardim da Penha, agora que o inquérito foi concluído", ressaltou Tadeu.

ENTREVISTA

"Não estamos seguros nem dentro de casa"

Em entrevista ao Gazeta Online, o advogado de 29 anos contou como foi ficar refém de João Vitor Almeida da Silva, após ter o apartamento invadido pelo criminoso armado. 

Como ele conseguiu ter acesso á sua casa?

Era o dia 2 de abril, segunda-feira depois do feriado de Páscoa. Ele entrou pelo condomínio de trás, rendeu a faxineira, ela esboçou reação, gritando, ele não conseguiu acesso aos apartamentos desse condomínio, aí acabou pulando o muro e caiu na área externa do nosso apartamento.

E como ele agiu?

Primeiro ele rendeu uma familiar minha com uma pistola. Aí eu ouvi uma movimentação estranha, fui lá, e também fui rendido. Depois mandou que eu chamasse meu outro familiar que estava dentro de casa e nos fez reféns.

Ele estava violento? Ameaçava vocês?

Ele era violento e dizia a todo tempo que queria dinheiro, celular, e que ia matar se não conseguisse. Aí nos trancou no banheiro e ficou revezando. Primeiro me deixou do lado de fora, depois meu outro parente. Negociando, para ver se alguém falava algo diferente, dava mais coisas para ele.

E o que aconteceu depois?

Ele levou o meu familiar com medo da polícia, pois achou que a faxineira do outro prédio iria alertar alguém. Quando viu que não tinha viatura na porta, deixou ele para trás e fugiu. Roubou a moto e conseguiu se evadir.

Você acionou a polícia?

Assim que ele desceu a gente já ligou, mas demorou muito, cerca de 20 minutos para chegarem. Conversei com policiais e eles disseram que existe uma política chamada ilha de visibilidade, que eles não estão fazendo o patrulhamento, mas estão parados em pontos específicos. Os bandidos já sabem que eles não estão rodando, para economia de combustível, que é contado para o dia, e se o PM desobedecer toma uma punição. Aí o local em que eles não estão acaba ficando vulnerável.

O que dizer sobre o fato de não estar protegido nem dentro de um apartamento?

Eu já sofri assaltos na rua, mas 17h20 dentro da nossa casa. A gente acha que está protegido. Não tivemos nem como esboçar uma reação. É complicado demais conviver com essa insegurança.

O QUE DIZ A POLÍCIA MILITAR

A Polícia Militar informa que mantém incessante comunicação com as lideranças comunitárias de Jdim da Penha e bairros vizinhos. Concomitantemente, tem realizado milhares de operações de caráter ostensivo preventivo e repressivo, com abordagens a ônibus, táxis e pessoas suspeitas. No primeiro quadrimestre de 2018, foram realizadas 1500 operações dessa natureza.

Tais ações levaram a uma sensível redução dos crimes contra pessoa: de 78 em abril de 2017, para apenas 8 em abril de 2018, na região de J. da Penha. Diante da impossibilidade da onipresença policial, a PM precisa da participação comunitária na luta contra a violência, através das denúncias e registros criminais, além do envolvimento da sociedade na discussão por instrumentos legais que garantam a paz social.

Em relação às informações recebidas pela reportagem de limite de cota de combustível e impossibilidade de saída dos pontos bases para atendimento de ocorrências, tais dados não correspondem à verdade.

De fato, os policiais estão posicionados em pontos estratégicos, denominados “ilhas de visibilidade”, justamente para facilitar o acionamento, quando necessário, e atuarem nos crimes em flagrante. Não há limitação de cotas de combustível.

O Comandante da 12ª Cia Ind, Maj Carlos Magno, realiza avaliação semanal do emprego do efetivo, direcionando-o conforme a atividade criminal na região.

Quaisquer informações contrárias provenientes do efetivo empregado, caso ocorram, deverão ser registradas na 12ª Cia Independente ou na Corregedoria da PM para apuração do fato.

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