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Agentes penitenciários facilitaram fugas no ES por R$ 150 mil

Agentes penitenciários facilitaram fugas no ES por R$ 150 mil

O dinheiro foi dividido entre os inspetores acusados de facilitarem a fuga de presos no Norte do Estado

Publicado em 16 de maio de 2018 às 00:08

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Operação Bota Preta em São Mateus. (Divulgação)

Os agentes penitenciários Júlio Cezar Barbosa, José Carlos dos Santos Brito, Ailton Santos Souza e Carlos Charles Nascimento, acusados de facilitarem a fuga dos presos Lucimar de Jesus Pereira, vulgo “Japão”, Elá Nunes Júnior, Josiel Silva Rodrigues, Vagner dos Santos da Costa e Valdemi dos Santos de Oliveira da Penitenciária Regional de São Mateus (PRSM) receberam cerca de R$ 150 mil pelo crime, segundo o Ministério Público do Espírito Santo (MPES). O valor foi dividido entre os quatro inspetores.

Júlio Cezar, Ailton e Carlos Charles foram presos nesta terça-feira (15), durante a Operação Bota Preta. O inspetor José Carlos não foi localizado pela polícia e está foragido. Também foram presos dois parentes dos fugitivos denunciados na operação.

Os agentes foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Judiciária (DPJ) de São Mateus e conduzidos ao Complexo Penitenciário de Viana. Eles vão responder pelos crimes de corrupção passiva, prevaricação, corrupção ativa, favorecimento real, fuga de pessoa presa e organização criminosa.

O CASO

Três agentes penitenciários foram presos, na manhã desta terça-feira (15), acusados de facilitar a fuga de cinco detentos da Penitenciária Regional de São Mateus, no Norte do Estado, em janeiro deste ano. A Operação Bota Preta é uma ação conjunta entre o Ministério Público Estadual (MPES), Polícia Civil e Polícia Militar.

O promotor Luiz Agostinho Abreu explicou que os três inspetores penitenciários estão presos de forma preventiva e foram afastados de suas funções na Secretaria de Justiça. “A operação foca especificamente a fuga de janeiro. A partir de então, temos feito este trabalho. Mas pode ser que as investigações apontem dados relativos a outras fugas”, ressaltou.

Ao todo, foram cumpridos seis mandados de prisão. Dois agentes foram detidos em casa e um na penitenciária, enquanto trabalhava. Outro inspetor está foragido. 

Eles podem pegar pena de até 40 anos de prisão. O MPES ainda pediu à Justiça que os acusados paguem juntos uma indenização por danos morais ao Estado no valor de R$ 10 milhões, por terem ferido a credibilidade do sistema prisional capixaba.

Policiais vistoriaram os armários de todos os agentes e apreenderam documentos na penitenciária regional. No Centro de Detenção Provisória, documentos foram capturados. Os funcionários do plantão diurno não foram autorizados a entrar enquanto a operação era realizada.

Duas mulheres também foram presas, acusadas de levar para a penitenciária objetos que auxiliaram os detentos a fugir. Uma suspeita é de Vila Velha e a outra é de Nova Venécia, no Noroeste do Estado.

Todos os presos foram levados para a Delegacia de Polícia Judiciária (DPJ) de São Mateus e encaminhados ao Completo Penitenciário de Viana, na Grande Vitória. O nome da operação, Bota Preta, faz alusão à forma como os presos apelidaram os agentes penitenciários.

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Procurada, o Sindicato dos Inspetores do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes) informou que um advogado do jurídico da entidade está na região dando suporte aos servidores envolvidos na operação, que vai solicitar o relaxamento da prisão, mas que ainda não pode dar detalhes da defesa deles.

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