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Bando que vendia carros clonados está na cadeia

Bando que vendia carros clonados está na cadeia

Quadrilha atuava também com receptação de veículos roubados; três estão presos

Publicado em 18 de maio de 2018 às 01:18

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A Polícia Civil prendeu três homens suspeitos de participar de uma organização criminosa que atuava na prática de receptação de veículos e documentos veiculares, falsificação de documentos públicos e a reinserção de veículos clonados na frota do Espírito Santo. As prisões fazem parte da Operação Capsaicina. Pelo menos 20 carros foram adulterados pela quadrilha.

A operação, comandada pela Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), foi realizada nos municípios de Vitória, Serra, Vila Velha e Aracruz e contou com o apoio do Detran.

Além dos três presos, outras quatro pessoas, entre despachantes de veículos e funcionários e donos de empresas de fabricação de placas veiculares, foram denunciadas ao Ministério Público do Espírito Santo. Um homem, apontado pela polícia como o responsável por fazer a adulteração nos veículos, está foragido e já teve a prisão preventiva decretada pela justiça.

Os presos são Gilson de Jesus Novais, 29 anos, funcionário de uma empresa de fabricação de placas automotivas, e os despachantes Dirceu José Pimenta Júnior, de 31, e Renan Barcelos Caetano de Alvarenga, de 30. O homem procurado agora pela polícia é Anderson Vitória dos Santos, 37 anos.

KIT ADULTERAÇÃO

De acordo com o delegado Ricardo de Toledo, a quadrilha fornecia aos clientes uma espécie de kit adulteração, que custava entre R$ 4 e R$ 6 mil. O pacote incluía, além do veículo roubado, placa, vidros e chassis adulterados.

O esquema era organizado. Primeiro os veículos eram roubados. Depois, os ladrões entravam em contato com os despachantes, que checavam nos sistema do Detran carros com as mesmas características para pegar os dados e poder fazer a clonagem ou adulteração. Em seguida, a informações eram encaminhadas para as empresas das placas e por final, o veículo era entregue ao adulterador, que fazia o serviço no automóvel.

“Os veículos eram vendidos para terceiros, às vezes em sites de compras, sem que as vítimas soubessem de nada. Ou então, eram entregues a compradores que agiam de má-fé, já sabendo do esquema, que costumavam rodar com os carros principalmente no interior”, revela o delegado Tarcísio Ottoni, titular da divisão.

As empresas onde as placas adulteradas eram confeccionadas funcionavam no bairro São Cristóvão, em Vila Velha, e no município de Aracruz. Todos os presos foram levados para o presídio e vão responder pelos crimes de organização criminosa, adulteração de veículo automotor, adulteração veicular, falsificação de documentos públicos e privados e por falsidade ideológica. Somadas as penas, podem ficar de 10 há 30 anos presos.

Foram quase quatro meses de apuração até o final da Operação Capsaicina. As investigações começaram no mês de fevereiro deste ano, a partir de um assalto ocorrido em Vitória. Um Voyage foi roubado por dois bandidos armados e o veículo abandonado no estacionamento de um hipermercado, na Serra. A prática era comum no bando.

Durante esse tempo, a polícia calcula que pelo menos 20 veículos foram roubados e adulterados pela quadrilha, resultando em um prejuízo de cerca de R$ 1 milhão.

“Essa é uma prática comum entre os assaltantes. Eles roubam e deixam os veículos abandonados por alguns dias em um determinado local, para se certificarem que o carro não possui rastreador”, revela o delegado Ricardo de Toledo.

MONITORAMENTO

Para seguir o bando, um veículo passou a ser monitorado pelo setor de inteligência da Divisão de Furtos e Roubos de Veículos.

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A polícia vai investigar agora se os criminosos contavam com a ajuda de algum funcionário do Detran para ajudar no esquema e tentar identificar também os compradores destes veículos adulterados.

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